Em um ano em que as redações precisaram se reinventar para driblar as condições adversas da pandemia, a Associação Nacional de Jornais concedeu o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa ao jornalismo. A condecoração é concedida desde 2008 a pessoas ou instituições que se destacam no campo da liberdade de imprensa mas, nesta edição, a entidade optou pela premiação conceitual a uma atividade que é “essencial para o dia a dia dos cidadãos”.
— Mesmo trabalhando em casa, longe do ambiente rico das redações, editores e repórteres prosseguiram cumprindo sua missão. Todo o restante da indústria também se adaptou e levou as informações à sociedade, no impresso e no digital — assinala Marcelo Rech, presidente da ANJ.
Nesta edição, não ocorreu nenhum evento presencial para marcar a premiação. Em um texto enviado aos jornais, a ANJ justificou a escolha também pelo esforço aplicado pelo jornalismo de qualidade em “enfrentar um ambiente em que se cultiva a desinformação como instrumento de política e crescem os ataques, físicos ou virtuais, aos profissionais da imprensa”.
No ano passado, o premiado foi o ministro Celso de Mello, que se aposentou há algumas semanas do Supremo Tribunal Federal (STF) e teve em 30 anos naquela corte uma trajetória marcada pela defesa veemente e coerente da liberdade de imprensa. Os demais premiados foram: Carlos Ayres Britto (ex-ministro do STF), Miro Teixeira (ex-deputado federal), Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Diario Clarín (Argentina), Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Catalina Botero (ex-relatora especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos), Cármen Lúcia (ministra do STF), jornal Gazeta do Povo (Paraná), Míriam Leitão (jornalista) e Associação Mundial de Editores de Notícias (Wanifra).