A falta de chuva no Rio Grande do Sul vem fazendo com que cada vez mais municípios decretem situação de emergência. Segundo o boletim informativo divulgado pela Defesa Civil no último sábado (02) já são 346 municípios que enfrentam este cenário por conta da estiagem, o equivalente a 69% das cidades gaúchas. Outras 13 prefeituras inseriram informações no sistema do órgão e podem efetuar decretos nos próximos dias. Assim, seriam 359 municípios que notificaram ocorrências pela falta de chuva, o equivalente a sete em cada 10 cidades no Estado. A Defesa Civil afirma que o Estado está em uma situação preocupante e que pode se agravar se não chover nas próximas semanas.
A previsão para a semana é de chuvas esparsas pelas regiões Oeste e Norte, mas que não devem diminuir os efeitos da seca. O professor de Geociências e especialista em Climatologia e Mudanças Climáticas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Francisco Eliseu Aquino, afirma que as projeções meteorológicas para os próximos meses são de uma manutenção do quadro.
— Tivemos nos últimos meses entradas de frentes frias no Estado, mas sem a ocorrência de chuva. Infelizmente, esse quadro vai seguir, pelo que observamos nas projeções. Não teremos uma normalização antes dos próximos três meses — afirmou o especialista em entrevista ao Faixa Especial.
De acordo com a Defesa Civil, as últimas cidades que realizaram decreto de emergência foram: Alto Feliz, Carlos Barbosa, Cristal do Sul, Erval Seco, Morro Reuter, São Sebastião do Sul, São Pedro do Serra e São José das Missões.
Dos 346 municípios, 241 tiveram o decreto homologado pelo governo do Estado, e outros 216 tiveram o decreto reconhecido.
De acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, os rios Uruguai, Camaquã e Taquari registram os níveis mais baixos desde o início das medições, há trinta anos. No momento, todas as 25 bacias hidrográficas têm baixa disponibilidade hídrica.