A decisão de emitir um decreto restringido o uso de água em Pelotas causou surpresa e preocupação à população da cidade, mas, segundo o diretor do Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep), Alexande Garcia, o município não corre risco de ficar sem água. O gestor ressalta, inclusive, que o nível na barragem Santa Bárbara já esteve menor em outros anos.
Estando 1,98 metro abaixo do nível normal e havendo pouca possibilidade de chuva para primeira quinzena de março, a medida de diminuir o uso da água em Pelotas é preventiva a uma maior redução do volume do manancial. Na segunda quinzena de março, porém, a previsão é de que a chuva aumente.
O manancial é exclusivamente utilizado por Pelotas, e cerca de 60% da água do município é oriunda da barragem. Caso a estiagem permaneça, a transposição do Arroio Pelotas pode ser utilizada.
— Em 2005 e 2012, a barragem chegou a níveis mais baixos do que está hoje. O decreto se dá por não termos previsão de chuva para o começo de março e, por isso, precisamos diminuir a velocidade em que o manancial está baixando — falou Alexandre Garcia.
O decreto de restrição do uso da água será publicado na segunda-feira (24) e deve entrar em vigor na quarta-feira (26). Quando começar a valer, não será permitido lavar automóveis e calçadas, bem como molhar gramados e jardins, enquanto não houver recuperação de água bruta. O descumprimento do decreto pode acarretar em penalidades como a suspensão do abastecimento de água para o responsável pela infração.
Além do decreto, o Sanep anunciou outras medidas para normalizar a situação. Equipes responsáveis por quatro obras em execução na cidade se somarão à força-tarefa de consertos dos vazamentos em redes da cidade, com o objetivo de cessar as perdas de água.
O plano de ação incluiu também a aquisição de dois mangotes de 10 metros, que permitirão avançar o dobro da distância de origem em locais mais profundos. O sistema será utilizado se a situação de estiagem persistir. Os chuveiros disponíveis na praia do Laranjal serão desligados.