A empresária Lorenna Vieira, 21 anos, usou as redes sociais para divulgar um caso de racismo vivido em uma das agências do banco Itaú na última quinta-feira (30). Segundo o relato de Lorenna, ela tentava sacar a quantia de R$ 1,5 mil quando foi detida pela 22ª delegacia de polícia, na zona norte do Rio de Janeiro, mesma região onde mora com o namorado, o DJ Rennan da Penha.
Após verificação, foi atestada vericidade dos documentos apresentados pela empresária. No entanto, na noite desta sexta-feira (31), a polícia voltou atrás e apontou que o RG seria, de fato, falso.
De acordo com a assessoria de imprensa da instituição, policiais da 22ª instauraram um inquérito para apurar a denúncia da empresária sobre crime de racismo que teria ocorrido na agência bancária.
A Polícia Civil diz que, nas consultas preliminares, "os dados de nome, filiação, data de nascimento e numeração da identidade apresentada pela jovem batiam com os do sistema".
Novos laudos periciais, do Instituto de Criminalística (ICCE) e Instituto de Identificação Félix Pacheco (IIFP), órgão governamental especializado em identificação através de impressões digitais, apontaram que o RG seria falso.
A corporação diz ainda que acionou o Detran (departamento que, no Rio, também emite RGs) e constatou que a cédula de identidade "não foi emitida oficialmente pelo órgão e a fotografia existente no documento questionado não corresponde à existente nos bancos de dados oficiais".
As investigações, segundo a Polícia Civil, prosseguem, "e a delegacia aguarda o resultado de outras pesquisas e perícias solicitadas e realizará novas oitivas de testemunhas nos próximos dias".
Lorenna diz, em nota, que foi liberada da delegacia logo após verificarem que sua identidade, cadastrada no Detran, não era falsa. "Fui orientada inclusive pelos polícias que me acompanharam a rasgar esse documento e emitir um novo com o meu cabelo ao natural para não ter mais esse tipo de problema".
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Itaú Unibanco afirma que "mantém o posicionamento já divulgado desde que este caso veio a público: a verificação de documentos é obrigatória quando o cliente não tem em mãos o cartão do banco ou não faz uso de biometria para realizar saques".
Em suas redes sociais, Lorenna questiona o porquê da mudança de posicionamento da polícia. "Como vou me autosabotar? Me roubar? Eu tenho provas de onde vem o pouco do dinheiro que tenho na conta, por que eles não mostram o quanto eu tenho???? Quase nada!!!!"
A conta, segundo o banco, pertence de fato à empresária. Diz a instituição financeira: "O objetivo é garantir a segurança dos próprios clientes, e não tem qualquer relação com questões de raça ou gênero. O banco reforça, ainda, que, a despeito de a Polícia Civil ter declarado que o documento apresentado por Lorenna Vieira é falso, já havia se desculpado com ela pelo incômodo que a abordagem possa ter causado".
Além de empresária , Lorenna, que foi Miss Beleza Negra, em 2016, faz sucesso como influenciadora digital, alcançando cerca de 300 mil seguidores no Instagram e outros 125 mil no Twitter.