SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A fuga 75 presos supostamente ligados ao PCC de um presídio do Paraguai neste domingo (19) provocou um estado de alerta nas forças de segurança de São Paulo.
A Polícia Militar vem deflagrando operações em rodovias e pontos das divisas do estado para tentar prender fugitivos, caso eles tentem entrar no estado.
Nesta terça (21), serão empregados 20 mil policiais militares na operação. Os pontos de atuação foram determinados pelo serviço de inteligência da corporação.
Estão sendo empregados especialmente o policiamento rodoviário, reforçado por equipes da radiopatrulha, força tática, policiamento de choque, e os Baeps (Batalhões de Ações Especiais de Polícia).
Também segundo a PM, estão sendo usados helicópteros Águia, cães farejadores e drones para monitoramento das vias de acesso.
Segundo a Folha apurou, das 75 pessoas foragidas no Paraguai apenas uma já cumpriu pena no sistema prisional paulista. O restante não teve, em tese, ligação direta com o sistema prisional paulista; nenhum deles teria posição de destaque na facção.
Os presos supostamente ligados ao PCC fugiram de uma prisão de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, na madrugada deste domingo (19). A facção brasileira tem forte atuação no país vizinho, devido ao tráfico de drogas.
Eles escaparam por meio de um túnel que liga um dos pavilhões da cadeia, ocupado por presos do PCC, até a área externa da prisão. O governo paraguaio, no entanto, considera que parte dos criminosos possa ter fugido durante a semana sem usar o túnel.
A ministra da Justiça do Paraguai, Cecilia Pérez, ordenou a destituição do diretor da penitenciária e de outros funcionários. A suspeita é de que a facção criminosa tenha comprado sua fuga --circulam informações, segundo a ministra, de que o pagamento pode ter sido de US$ 80 mil.
"Foi encontrado um túnel e acreditamos que esse túnel foi um recurso enganoso para legitimar ou maquiar a liberação dos presos. Há cumplicidade com as pessoas de dentro da prisão e esse é um fenômeno que acontece em todas as penitenciárias", afirmou o ministro do Interior do país, Euclides Acevedo, em nota.
O governo informou que 40 presos são brasileiros e os demais, paraguaios. O ministro afirmou que é possível que alguns dos detentos tenham fugido para o Brasil.
O ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sergio Moro, afirmou que trabalha com as forças de segurança para impedir a entrada dos criminosos no Brasil, e que, caso sejam capturados, serão levados a presídios federais.
"Estamos trabalhando junto com as forças estaduais para impedir a reentrada no Brasil dos criminosos que fugiram de prisão do Paraguai. Se voltarem ao Brasil, ganham passagem só de ida para presídio federal", escreveu Moro no Twitter.
O Ministério da Justiça afirmou que alertou a Polícia Federal, principalmente no Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sobre a operação Horus, que atua na fronteira. O setor de inteligência já difundiu alerta por seus canais. Além disso, foi pedida uma relação de foragidos.
O governo do Mato Grosso do Sul informou que enviou cerca de 200 policiais para reforçar a segurança da fronteira.
Pelo menos seis dos 75 foragidos são ligados ao traficante Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, mais conhecido como Minotauro, considerado pelas autoridades policiais um dos chefes do tráfico na região de fronteira.