Moradores de Santa Maria têm sofrido com a oscilação no abastecimento de água desde o início da semana, especialmente nas regiões oeste e leste, onde 50 mil economias foram afetadas. Houve interrupção no fornecimento durante algumas horas na segunda-feira (16), na terça, ontem e nesta quinta-feira (19). As causas, segundo a Corsan, foram os rompimentos de duas distribuidoras. Após o conserto, foram necessárias manobras para liberar o fluxo de água de forma gradual para que não houvesse novos danos. A previsão é que a água volte as torneiras hoje: às 13h na região oeste e às 15h na região leste.
Mas a má notícia é que um rompimento na rede em um outro ponto, na Rua João Franciscatto, vai afetar 3,5 mil das economias da região leste que teriam o abastecimento normalizado à tarde. As obras de conserto já começaram e devem se estender até as 16h, com previsão de retorno da água para as 19h desta quinta.
Além disso, na Rua Motorista Mariano, no bairro Nossa Senhora das Dores, outro rompimento vai deixar 1,3 mil economias sem água pelo menos até as 18h de hoje. Com base em uma fórmula utilizada pela Corsan, que conta três pessoas por economia, o número de pessoas sem água em Santa Maria nesta quinta-feira pode chegar a 135 mil.
Conforme a gerente da Corsan em Santa Maria, Andreia Zanini, o problema dos rompimentos das adutoras nas regiões oeste e leste está resolvido e as manobras necessárias para a volta do abastecimento de forma normal já foram feitas. Conforme ela, essas interrupções precisam ser feitas para que a pressão da tubulação seja gradual e evite novos rompimentos.
— O que são as manobras. No momento em que fizemos o conserto, precisamo cessar o fluxo de água. Após a manutenção, reabrimos para que a água retorne à rede de distribuição. Mas esse retorno precisa ser gradual, não pode acontecer de uma única vez. Então, as manobras são feitas de forma gradual para que a água comece a preencher a tubulação até que ela atinja a vazão e a pressão necessárias para que o fluxo de água normalize e o sistema recupere o abastecimento. Por que é importante que, tecnicamente, façamos essas manobras em um tempo gradual, justamente para que não ocorram novos rompimentos. Se liberarmos a água toda de uma vez, a tubulação rompe, então temos que ter todo um cuidado na recuperação desse abastecimento — explica Andreia.
Conforme a gerente da Corsan na cidade, esses rompimentos podem ser causados por oscilação de pressão, alteração de temperatura, aumento ou redução bruscas de consumo e até mesmo o impacto do movimento sobre a via em que passa a tubulação.
MULTA
Quando da renovação do contrato entre a prefeitura e a Corsan para o serviço por mais 35 anos, foi criada a Superintendência de Monitoramento e Fiscalização dos Serviços de Água e Esgoto, que é a responsável por monitorar a falta de água na cidade. O contrato prevê que sejam aplicadas multas de 0,05% do arrecadamento bruto da Corsan no último mês e mais R$ 50 mil por dia, quando o abastecimento não for solucionado em até 24h. Nos casos desta semana, o tempo de interrupção foi menor. Mesmo que houvesse ultrapassado, para casos em que há rompimento de adutoras, por exemplo, não há aplicação da multa.