O Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (Sindipetro-RS) confirmou que a categoria entrou em greve nesta segunda-feira (25), em protesto contra demissão e transferência de trabalhadores. O movimento ocorre mesmo após a Petrobras obter uma liminar contra a paralisação, que estabelece multa de R$ 2 milhões em caso de contrariedade à decisão.
A greve de cinco dias foi anunciada na sexta-feira (22) por sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), após assembleias realizadas na última semana. Os petroleiros alegam que a estatal descumpriu cláusulas de acordo trabalhista assinado no início do mês, após mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Segundo a FUP, a empresa vem implantando planos de demissão incentivada e de transferência de empregados entre suas unidades sem discussão com representantes dos trabalhadores, conforme prevê cláusula do acordo de trabalho. Alega ainda que o uso de indicadores de segurança como critério para pagamento de bônus também fere o acordo.
O presidente do Sindipetro-RS, Fernando Maia da Costa, afirmou nesta segunda-feira que a greve segue conforme anunciado, apesar da liminar obtida pela Petrobras, e que "o formato atende tudo que a lei determina".
O Sindipetro-RS é contrário ainda ao processo de privatização da Refap e de outras três refinarias.
Liminar
A Petrobras obteve no sábado (23) liminar contra greve de petroleiros agendada para esta segunda. A liminar fixa multa de R$ 2 milhões casos os sindicatos paralisem as atividades. O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra Martins diz que é abusiva a greve deflagrada após acordo coletivo de trabalho e que as cláusulas citadas pela FUP "são de caráter programático, sem prazo estabelecido para implementação".