RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O Exército começou neste domingo (27) a reforçar a limpeza de praias atingidas pelo óleo em Sergipe. Cerca de 50 militares atuaram em pontos de Aracaju, após uma avaliação e monitoramento da faixa de areia no dia anterior, segundo a prefeitura da cidade.
A participação do Exército nas ações em toda a área afetada do Nordeste foi definida na última segunda (21) pelo presidente interino Hamilton Mourão. Ele anunciou a convocação de 5.000 homens da força, mas apenas 812 haviam sido empregados até sábado (26), segundo o Ministério da Defesa.
Homens do Exército recebem instruções de funcionários da Secretaria do Meio Ambiente de Aracaju para operação de limpeza do petróleo no litoral do Sergipe Ascom Sema/Divulgação Homens do Exército recebem instruções de funcionários da Secretaria do Meio Ambiente de Aracaju para operação de limpeza do petróleo no litoral do Sergipe Eles já atuaram nos estados de Alagoas (na praia Barra de São Miguel) e Pernambuco, nas praias de Barra de Jangada, Itapuama, Janga, Pau Amarelo, Jaguaribe, Barra de Sirihaém, Forte Orange e nas margens do rio Mamucabinhas.
Quem comanda o trabalho de limpeza é a Marinha, que já vinha atuando nessa frente. O órgão está identificando possíveis recebedores dos resíduos coletados, para que sejam reaproveitados.
O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, assim como a agência ambiental de Pernambuco (CPRH), defenderam na última semana que não há problema em mergulhar em praias onde o óleo não é mais visível.
No entanto, a análise da água para saber se há ou não contaminação ainda não foi concluída, por isso pesquisadores recomendam que banhistas evitem o contato com o mar nas áreas que já foram afetadas até que se conclua o estudo.
O almirante de esquadra Leonardo Puntel, comandante de Operações Navais da Marinha, afirmou neste sábado que a presença de petróleo está diminuindo nas praias do Nordeste. Segundo ele, não foram detectadas grandes manchas durante o dia, mas apenas pingos, de retirada mais fácil.
"Na semana passada houve aumento dessa quantidade na Bahia, Sergipe, Alagoas e sul de Pernambuco. Esse volume começou a decrescer agora. Neste momento, não há registro de óleo em praias do Nordeste, há registro em mangues", declarou.
Neste domingo, alguns desses pingos foram identificados nas areias da praia de Barra de Gramame, na Paraíba. O monitoramento da região havia sido reforçado desde a última quinta-feira (24), devido ao redirecionamento de uma corrente marítima que poderia trazer para o estado o óleo que tem se acumulado no litoral pernambucano. Outro fator que permitiu a chegada das gotículas de óleo foi a maré alta.
O trabalho é feito por uma equipe de fiscalização e biólogos, que vêm utilizando drones para facilitar o monitoramento. Segundo a secretaria municipal de Meio Ambiente, as amostras foram coletadas e serão analisadas.