SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A atriz e ex-modelo Sílvia Pfeifer, 61, já foi a dona de grandes hectares de terra no clássico da televisão "O Rei do Gado" (Globo, 1996-1997), quando interpretou a mulher infiel Léia Mezenga. Ela também foi a modelo Leila Sampaio, que tinha um relacionamento gay com Cristiane Torloni em "Torre de Babel" (Globo, 1998-1999). Personagens fortes e marcantes na televisão brasileira.
Desde maio deste ano, Sílvia Pfeifer embarcou em um novo desafio em sua carreira, ao interpretar a dona de casa, Mariinha, em "Topíssima", trama das 19h da Record. Para a atriz, sua personagem vive um retrato de uma realidade feminina muito dura e faz parte do movimento feminista, tão em voga nos dias atuais.
"Com certeza, as mulheres donas de casa se identificam com a Mariinha. É um feminismo sem jogar os sutiãs no lixo. É um matriarcado não usual. É tomar conta de filho e ser vencedora na vida, sozinha. Acho que é uma realidade muito dura", diz a atriz.
Quando Silvia fala sobre sutiãs, ela se refere ao movimento de "queima de sutiãs" --que, em inglês, significa "Miss America protest" --que foi um protesto público, com a participação de mais de 400 ativistas mulheres, depois de um concurso do "Miss America", em setembro de 1968, na cidade de Atlanta, nos Estados Unidos.
Batalhando muito no Cantinho da Laje, seu restaurante dentro de sua casa na comunidade do Vidigal, no Rio de Janeiro, a personagem criou os dois filhos, Antonio e Gabriela, sozinha, apenas com o dinheiro que ganhava das refeições que vendia.
"Mariinha cozinha muito bem. Ela se dá super bem com os filhos, eles são maravilhosos, mas acontecem uma série de coisas que a deixa muito estressada e de cabelo em pé. Perigo de vida dos filhos, milhões de outras coisas", conta a atriz, que afirma que sua praia na cozinha é doces. "Mando bem com doces, bolos faço bem."
Gravando em uma cidade cenográfica nos estúdios da Record, no Rio, Pfeifer conta que, para viver sua personagem, ela precisou manter as raízes do seu cabelo grisalhas para ficar mais próxima da realidade do dia a dia de mulheres similares, além de usar pouco de corretivo para diminuir suas olheiras.
"Não uso maquiagem para gravar, só tiramos um pouquinho das minhas olheiras e usamos delineador da metade para cima. O personagem está sempre de cabelo preso, eu não pinto. Não uso brinco, nem nada, para se tornar mais real."
Escrita por Cristiane Fridman, que é autora de "Jezabel", "Topíssima" tem registrado bons índices de audiência tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, onde a obra é ambientada. A novela tem uma média de 9 pontos, com picos de 11 pontos, nas duas cidades. Cada ponto de audiência do Kantar Ibope representa 71.885 domicílios e 45.253 omicílios, respectivamente.a