Cerca de 30 pessoas estão realizando um protesto por moradia neste sábado (1º), em frente à prefeitura de Ijuí, no Noroeste do Estado. É o segundo dia de protesto no local.
O grupo faz parte de uma ocupação urbana no bairro Getúlio Vargas. O terreno onde ocorre a ocupação é de propriedade da prefeitura de Ijuí desde 2000, e será destinado a lotes para moradia popular.
Parte da ocupação foi alvo de reintegração de posse na manhã dessa sexta-feira (31). Outra parte dos moradores, contudo, pode seguir morando na ocupação, uma vez que integra um cadastro feito em 2016 para distribuição futura dos lotes habitacionais.
O protesto, segundo um dos integrantes da ocupação, tem objetivo de pressionar a prefeitura por moradia para quem precisou deixar as suas casas e não tem para onde ir.
— As pessoas estão protestando porque houve reintegração de posse. Há pessoas cadastradas, que de repente vão conseguir moradia lá, e que sofreram reintegração de posse. O objetivo é pressionar o Executivo para sabermos quem serão as cerca de 160 famílias contempladas com lotes. Quem não puder ficar lá, o Executivo tem que ajudar — diz Emerson Gomes, morador da ocupação, que diz protestar em solidariedade aos que foram retirados.
Um dos vereadores envolvidos no tema, Beto Noronha (PT), pede que a prefeitura tome alguma medida emergencial com quem não tem para onde ir.
— É preciso que atendam emergencialmente essa população para não deixá-los desabrigados — diz Noronha.
O secretário de Habitação da Prefeitura, Ramsés Lemos, diz que acompanhou a reintegração de posse e, das 13 famílias que precisaram sair do terreno, apenas duas alegaram necessidade de moradia emergencial. Para elas, o secretário garante que providenciou uma hospedagem temporária.
— Me surpreendi com a manifestação. São vereadores da oposição que fomentaram isso. Quem está ali protestando, em sua maioria, são pessoas que estão ainda ocupando a área, que não foram retiradas — diz Lemos.
Conforme o secretário de Habitação, a listagem com os futuros beneficiários dos lotes será divulgada na segunda-feira (3). A previsão, segundo ele, é de que, em até 120 dias, os lotes passem por regularização, instalação de água, luz e arruamento. Conforme a prefeitura, são 165 lotes, com área de 125 metros quadrados.