Em meio a discussão de um possível aumento da passagem de ônibus em Santa Maria para R$ 4,25, uma um antigo tema volta à tona: a necessidade, apontada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) em 2016, do município realizar uma licitação para o transporte coletivo na cidade. Três anos se passaram e, até agora, o projeto não saiu do papel. Segundo a prefeitura, por se tratar de um processo complexo e inédito na cidade, ainda estão sendo realizados estudos sobre o assunto. Na semana que vem, deve ocorrer o lançamento de um cronograma para a abertura da licitação.
No documento, serão detalhadas as informações a respeito do processo. A intenção é que a licitação seja lançada ainda em 2019 e que os ônibus da empresa ganhadora do processo estejam circulando na cidade já no início do ano que vem, quando se encerra o atual contrato da prefeitura com as empresas responsáveis pelo transporte coletivo na cidade.
Enquanto isso não acontece, as atenções estão voltadas ao prefeito Jorge Pozzobom, que tem a decisão final sobre o aumento da tarifa, aprovada pelo Conselho Municipal de Transportes (CMT) que passaria a passagem dos atuais R$ 3,90 para R$ 4,25.
Na Câmara de Vereadores
Um dos coordenadores gerais do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Rodrigo Poletto, que votou de forma contrária ao aumento da tarifa, pediu, na manhã desta terça feira (11), para que os vereadores intercedam junto ao Executivo para que o prefeito não analise o reajuste pelos próximos 30 dias.
– O DCE apontou algumas irregularidades, como a frota de 55 ônibus acima dos 12 anos, as condições que os ônibus circulam pela cidade e a discordância com a lei orgânica do município, pois a planilha (apresentada pela prefeitura ao CMT) não considera o poder aquisitivo da população – relata Poletto, ao afirmar que pediu aos vereadores que instaurem uma CPI para investigar o assunto.
Sobre essas possíveis irregularidades na planilha apresentada ao CMT, a prefeitura diz que a planilha é um instrumento auditado pelo TCE e aplicado em Santa Maria há mais de 20 anos. Além disso, antes de enviado para a sansão do prefeito, o estudo cumpriu seu trâmite dentro do Conselho Municipal de Transportes, no qual o DCE é membro.