A Polícia Civil marcou para a próxima segunda-feira (18) o depoimento do policial rodoviário federal responsável por atender a um acidente na freeway que resultou na morte de Bárbara Andriélli Mendes de Moraes, 15 anos, neste mês. Conforme registro da ocorrência policial, um médico que estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa por dirigir embriagado há quatro anos bateu em duas motos no trecho de Santo Antônio da Patrulha da rodovia – a adolescente estava em uma delas. A mãe de Bárbara, também ferida, segue hospitalizada, mas conseguiu depor na quinta-feira (14). Na próxima semana, também será ouvido um socorrista que atendeu as vítimas.
O objetivo do delegado Valdernei Tonete é esclarecer as circunstâncias que motivaram a colisão e a morte e o que motivou a liberação do médico Leandro Toledo de Oliveira, 37 anos, sem fazer exame do bafômetro. Além disso, a ocorrência foi registrada na Delegacia da Polícia Civil de Santo Antônio da Patrulha somente 80 horas depois do fato.
A mãe de Bárbara, ainda internada no hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre, foi ouvida para dar mais detalhes sobre a colisão e sobre o atendimento dado à filha. A família tem dúvidas de que a jovem tenha morrido somente no hospital. Tonete já solicitou exames periciais para conferir todas as hipóteses. O delegado afirma que pretende pretende interrogar Oliveira entre o final da próxima semana e o início da outra. A ideia é concluir o inquérito antes do prazo previsto – portanto, no máximo em 10 dias. Por outro lado, a Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF) já ouviu três agentes que estiveram na freeway no dia do fato.
– Não descarto ouvir os outros dois policiais rodoviários, se necessário, mas isso depende do agente responsável pela ocorrência – ressalta Tonete.
O teor dos depoimentos só será revelado pela Polícia Civil e pela PRF após o fim dos dois inquéritos. O delegado Tonete destaca que a investigação sobre a morte da jovem agora é prioridade na delegacia do município do Litoral Norte que, inclusive, recebeu reforço para apurar o caso. O chefe de cartório do distrito policial foi destacado para atuar o tempo que for necessário na investigação. A polícia, basicamente, apura homicídio e tentativa de homicídio de trânsito. O agravante é o fato de o médico dirigir com a carteira suspensa. Tonete ainda nega o fato revelado pelos policiais rodoviários de que o plantão da delegacia de polícia estivesse fechado no dia do acidente.
Acidente
O médico estava dirigindo com a CNH suspensa por ter sido flagrado embriagado há quatro anos, na BR-448, em Canoas. Na altura do km 31 da freeway, em Santo Antônio da Patrulha, ele colidiu por trás em duas motos, onde estavam Bárbara, seus pais e um amigo da família.