A Polícia Federal (PF) investiga a suspeita de desvio de recursos públicos relacionados a convênio firmado entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por meio da Superintendência de Infraestrutura (Suinfra), e a Fundação de Apoio à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs).
Cinco servidores públicos da universidade foram afastados das funções por determinação da Justiça Federal. Mais de uma centena de pessoas pode ter sido indevidamente favorecida pela aplicação irregular dos recursos do convênio.
Os investigados poderão responder por crimes como peculato, falsidade ideológica e associação criminosa. Policiais cumprem 11 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Viamão e Gravataí na manhã desta quinta-feira (21) na Operação Alforje. A universidade é alvo de buscas: há um mandado sendo cumprido na Suinfra e um no Campos do Vale, conforme apurou a reportagem.
Além dos afastamentos, a Justiça Federal também emitiu medidas de bloqueio de contas e de veículos de pessoas investigadas.
O convênio sob suspeita estabeleceu o repasse de R$ 11,4 milhões à Faurgs para elaboração conjunta de projetos nas áreas de engenharia e arquitetura, com vigência nos anos de 2015 a 2017. O inquérito apura pagamentos com indicativo de irregularidades em favor de beneficiários selecionados sem critérios técnicos e que, muitas vezes, já são vinculados à UFRGS ou à Faurgs.
O esquema também funcionaria para complementar a renda dos servidores da universidade investigados, por meio do recebimento de bolsas. Haveria casos de profissionais com formação diversa da área objeto do convênio, indicados como bolsistas do projeto. Os dados da execução e da prestação de contas também são mínimos ou inexistentes.
Nome da Operação
Alforje é um tipo de bolsa composta por dois compartimentos, distribuídos de forma que o peso de um seja contrabalanceado pelo do outro.