Em nota divulgada no seu site oficial, a Vale afirmou que "não autorizou nem autoriza terceiros" a falar sobre a responsabilidade da empresa acerca do rompimento da barragem em Brumadinho, que aconteceu na última sexta-feira (27) e deixou 60 mortos e mais de 290 desaparecidos.
"A Vale esclarece que não autorizou nem autoriza terceiros, inclusive advogados contratados, a falar em seu nome. A Vale volta a ressaltar, de forma enfática, que permanecerá contribuindo com todas as investigações para a apuração dos fatos e que esse é o foco de sua diretoria, juntamente com o apoio às famílias atingidas", afirmou a empresa.
Mais cedo, o advogado Sérgio Bermudes, um dos principais defensores contratados pela empresa, afirmou que "não vê responsabilidade" sobre o rompimento da barragem da cidade. Além disso, ele afirmou que enviou à Justiça mineira o pedido de reconsideração sobre as decisões que bloquearam R$ 11 bilhões da empresa para garantir as compensações pelo desastre.
"A Vale não vê responsabilidade. Nem por dolo, que é infração intencional da lei, nem por culpa, que é a infração da lei por imperícia, imprudência ou negligência. Ela atribui o acontecido a um caso fortuito que ela está apurando ainda", afirmou na ocasião o advogado.
Bermudes atacou falas do senador Renan Calheiros (MDB), provável candidato à Presidência do Senado que, no domingo (27), defendeu pelo Twitter que a diretoria da Vale fosse afastada.
O presidente interino, Hamilton Mourão, afirmou nesta segunda-feira (28) que o gabinete de crise criado pelo Palácio do Planalto estuda a possibilidade de afastamento da diretoria da Vale durante as investigações sobre a tragédia.