O desembargador Rogério Gesta Leal, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ), negou mais um habeas corpus movido pela defesa de um dos presos em operação do Ministério Público que investiga suposta fraude no sistema de saúde de Canoas. O ex-superintendente regional do Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde (Gamp), Diego dos Santos Bastos, foi o último a ser preso. Ele não havia sido encontrado durante a operação ocorrida em 6 de dezembro e se apresentou às autoridades no dia seguinte.
" Como bem ponderado pelo Ministério Público no pedido cautelar, além de continuar vinculado à organização criminosa investigada, operando diretamente e por meio de, pelo menos, três pessoas jurídicas, não se pode olvidar que Diego, até há pouco tempo, era o superior hierárquico que mantinha contato direto e diário com os empregados do GAMP com atuação em Canoas, alguns dos quais, inclusive, prestaram depoimentos, em sigilo, nos autos da presente investigação. Esses elementos, por certo, evidenciam necessidade da manutenção da segregação cautelar do paciente, de modo que as medidas cautelares diversas da prisão tornam-se insuficientes para a garantia da ordem pública", ressalta o desembargador na decisão.
É o segundo habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça a presos na operação. Em 11 de dezembro, o TJ já havia mantido na cadeia Michele Aparecida da Câmara Rosin, presidente do Gamp, e Cássio Souto Santos, médico que participou da fundação do grupo e é considerado o principal nome da entidade.
O Ministério Público apura suposta fraude em contrato do Gamp com a prefeitura de Canoas. A empresa administra os hospitais Universitário e Pronto Socorro, duas unidades de pronto atendimento (UPAs) e quatro Centros de Apoio Psicossocial. A direção da terceirizada foi afastada pela Justiça e as unidades estão sob intervenção da prefeitura.