Mais de 24 horas depois da interrupção do abastecimento de água em Gramado e Canela para interligar uma nova adutora ao sistema existente, os dois municípios seguem com as torneiras secas. A demora na retomada do fornecimento ocorre devido ao rompimento de um registro, por volta das 4h desta quinta-feira (22). A peça ficava no exato ponto de bifurcação das duas tubulações.
O abastecimento foi interrompido às 8h desta quarta-feira (21) e tinha previsão de ser retomado por volta das 18h, com normalização no nível dos reservatórios durante a madrugada desta quinta. De acordo com o diretor de operações da Companhia Rio Grandense de Saneamento (Corsan), Eduardo Carvalho, o trabalho ao longo da quarta-feira transcorreu conforme o previsto e sistema chegou a ser ligado no início da noite.
— A água estava chegando na estação de tratamento (em Canela). Quando se começava a mandar para Gramado, vimos que o bombeamento teve baixo rendimento. Aí percebemos que um registro rompeu — revela.
Ao longo da manhã equipes da Corsan trabalharam na substituição do registro com defeito, com previsão de religamento do sistema no início da tarde. A água, porém, deve começar a chegar às torneiras em Gramado somente no fim da tarde ou à noite. A justificativa é que a água bruta precisa percorrer 10 quilômetros até as estações de tratamento em Canela, passar pelo processo de purificação e só depois seguir para as residências. Além disso, devido à alta demanda represada, a expectativa é que só haja estoque nos reservatórios da cidade ao longo da madrugada.
Moradores revoltados
Os problemas de abastecimento em Gramado se intensificaram nas últimas semanas e tem causado revolta entre os moradores. É o caso de uma professora ouvida pela reportagem de GaúchaZH. A casa onde ela mora, no bairro Moura, está sem água desde a noite de terça-feira (20).
— É o fim da picada. Soube que está vindo caminhão-pipa de Três Coroas, mas liguei na Corsan e disseram que a água irá para os hotéis. Estão preocupados com os turistas, como sempre — desbafou.
Carvalho, no entanto, negou que a rede hoteleira tenha prioridade. Segundo ele, a companhia utiliza oito caminhões-pipa com capacidade para 30 mil litros de água cada um. A carga é distribuída para atender a maior quantidade possível de pessoas.
— Há uma situação de otimizar o caminhão para que ele atenda o maior contingente de pessoas possível com uma carga — justifica.