Apesar dos alertas meteorológicos, os moradores de Erval Seco, no norte do Estado, acordaram espantados com a quantidade de chuva. Entre 3h e 6h desta quinta-feira (18), foram 145mm — superior à media histórica gaúcha para todo o mês de outubro, que é de 138mm. Devido aos estragos, a prefeitura finaliza levantamento e reúne documentos para decretar situação de emergência.
— A enxurrada mesmo caiu quando estava amanhecendo. Foi do nada e muito forte. Alguns moradores não conseguiram salvar nada além de poucos documentos — conta a coordenadora municipal da Defesa Civil, Sandra Dalla Valle.
Com a chuvarada, o Rio Lambedor, que corta a cidade, transbordou e invadiu pelo menos 60 residências. Quem mora mais próximo da região ribeirinha teve de sair de casa. A prefeitura ainda faz o levantamento, mas já disponibilizou lona para algumas residências destelhadas e colocou à disposição dois abrigos públicos para quem não conseguir voltar para a casa.
Um dos locais atingidos foi o Lar Samaritano. O espaço que acolhe idosos abandonados por familiares ficou encharcado. Os inquilinos foram retirados e encaminhados para uma ala vaga do hospital da cidade. A entidade solicita apoio com doações de alimentos, roupas, calçados e cobertores.
— Nossa prioridade é socorrer as famílias, em seguida vamos começar a consertar os estragos — afirma Sandra, acrescentando que há doações vindos de outras cidades. — A parte positiva é que a solidariedade está sendo incrível.
Além dos imóveis, pontes foram danificadas, estradas estão interrompidas e diversas lavouras foram danificadas pelo excesso de água. Secretarias municipais e a Emater estão envolvidos no levantamento.
Na região, outras cidades também foram atingidas por forte chuva, como Trindade do Sul, Tiradentes do Sul e Pinhal, mas, conforme a Defesa Civil, os estragos não foram tão intensos.