Um homem de 48 anos morreu, na madrugada deste sábado (7), após passar mal durante operação que prendeu seus dois irmãos por tráfico de drogas em Espumoso, no norte do Rio Grande do Sul.
De acordo com o delegado Marcos Vinícius Muniz Veloso, Jonas Oliveira da Silva procurou atendimento médico no Hospital Notre Dame São Sebastião após passar mal e sofrer convulsões. Horas antes, ele havia presenciado a prisão de seus dois irmãos, que tinham mandados de prisão preventiva decretados pela Justiça por suspeita de distribuição de cocaína na região.
A Polícia Civil tenta descobrir o que provocou a morte do homem. No entanto, chama a atenção que os fatos envolvendo os irmãos se iniciaram há dois dias, com a prisão da mãe deles.
Equipes da delegacia de Espumoso abordaram e prenderam, na última quinta-feira (5), uma idosa de 71 anos em um táxi, no caminho entre Tapera e Espumoso. Eles receberam a informação de que a mulher estava transportando cocaína até a cidade vizinha, mas não encontrou o comprador e acabou retornando para Espumoso com a droga.
Em depoimento na delegacia, a idosa afirmou que era forçada pelos filhos a participar do esquema de tráfico.
— Por causa disso, pedimos a prisão preventiva de dois dos três filhos dela à Justiça. Já tivemos prontamente a resposta positiva do juiz e cumprimos os mandados na noite passada — comentou o delegado.
As prisões foram feitas em um bar e na casa da família. Jonas Oliveira da Silva estava no estabelecimento junto com um dos irmãos no momento da operação da Polícia Civil, mas não havia mandado de prisão contra ele.
— No momento da prisão do irmão, ele começou apresentar um comportamento muito estranho. A gente começou a suspeitar que ele tivesse engolido alguma coisa, alguma droga, para evitar a prisão em flagrante. Levamos ele diretamente para o hospital — disse o delegado.
Durante atendimento no hospital, o homem afirmou várias vezes à Polícia Civil que não havia ingerido nenhuma substância. Os irmãos presos de Jonas também reforçaram a versão. Após uma melhora no quadro de saúde, ele prestou depoimento na delegacia e foi liberado.
No entanto, horas depois retornou ao hospital apresentando convulsões e acabou morrendo em atendimento.
— A primeira providência que nós fizemos tão logo suspeitamos do caso foi levar ele ao hospital. Em todo momento a gente conversava com ele e dava instruções e ele dizia que não tinha nada. Eu não posso te dizer que ele ingeriu algo, eu não tenho essa confirmação. O corpo foi levado para perícia — finalizou o delegado Veloso.
O exame de necropsia e o laudo da perícia com a causa da morte de Jonas devem ser expedidos em até 30 dias.