O rompimento de um duto que transportava minérios provocou a interrupção do abastecimento de água no município de Santo Antônio do Grama (MG) nesta segunda-feira (12). Segundo a Anglo American, mineradora responsável pelo duto, houve vazamento de parte da produção de ferro em um córrego da região que abastece o município. Uma equipe do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) se deslocou ao local para apurar as causas e extensão dos danos ao meio ambiente, além de avaliar as medidas emergenciais cabíveis.
Em nota, a Anglo American afirma que o material que atingiu o Ribeirão Santo Antônio "consiste em 70% de minério de ferro e 30% de água" e é considerado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) como "resíduo não perigoso". A empresa afirma que o fluxo do mineroduto foi interrompido e, "como medida de segurança complementar, foi bloqueado o acesso ao local". De acordo com a mineradora, a prefeitura, a Defesa Civil e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) foram imediatamente comunicadas.
Também em nota, a Copasa informou que a mineradora disponibilizou caminhões-pipa para atender aos moradores do município a partir da noite desta segunda-feira.
De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), o rompimento ocorreu às 7h42min, próximo à estação de bombas EB2. Citando informações repassadas pela Anglo American, a Semad informa que "o incidente provocou uma despressurização na linha tronco, projetando polpa de minério para o acesso municipal e para o leito do Ribeirão Santo Antônio. Não há informações sobre vítimas ou desalojados".
Uma equipe do Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais (Nucrim) do Ministério Público de Minas Gerais foi deslocada até o local para avaliar os danos. O MP informa que, "após a devida apuração dos fatos, adotará todas as providências necessárias para a reparação total dos danos ocasionados ao meio ambiente e à população e para a responsabilização dos causadores do incidente".
Desastre em Mariana
Em novembro de 2015, Minas Gerais também foi palco daquele que é considerado o maior acidente ambiental da história do Brasil. O rompimento de uma barragem da mineradora Samarco provocou 19 mortes e arrasou diversas cidades mineiras, principalmente Mariana, e causou danos permanentes à flora e fauna no leito do Rio Doce, com reflexos no Espírito Santo. O desastre foi provocado pela ruptura de um dique que continha aproximadamente 40 milhões de metros cúbicos de resíduos de mineração da Samarco, que é de propriedade da Vale e da anglo-australiana BHP-Billiton.