Um barco do Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio) atracado em Humaitá, no sul do Amazonas, foi incendiado neste sábado (28) no segundo ataque em dois dias contra órgãos ambientais do governo federal.
Na sexta-feira (27) no final da tarde, as sedes e carros do instituto e do Ibama foram incendiadas em retaliação à operação Ouro Fino, que combatia ao longo da semana o garimpo ilegal de ouro no Rio Madeira.
O secretário de Segurança do Amazonas, Bosco Saraiva, em entrevista para jornais locais, questionou a ação do Ibama e sugeriu que o ataque da população foi uma reação a isso.
— Membros do Ibama teriam ateado fogo - portanto, extrapolado aquilo que era uma fiscalização - em balsas. Balsas inclusive que teriam residência sobre elas e teria afetado muitas famílias — disse.
O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo, justificou a ação em entrevista.
— O objetivo era apreender as balsas que estavam na Floresta Nacional de Humaitá, uma unidade de conservação, onde o garimpo é ilegal. Eram 39. Oito não conseguimos puxar, por problema no rebocador, e optamos por destruí-las. Mas estávamos levando 31, quando garimpeiros atacaram o rebocador, ameaçaram a tripulação. Ficamos com as balsas na nossa mão, à deriva dentro de área protegida, podendo contaminar o rio. Por isso a decisão foi fazer uma destruição cautelar.