O protesto que reuniu milhares de separatistas catalães contra a detenção de políticos ligados ao referendo de independência se dispersou na madrugada desta quinta-feira, diante da sede da vice-presidência do governo regional, constatou a AFP.
Por volta das 03H00 local (22H00 Brasília), apenas 200 manifestantes permaneciam no local, ocupado durante o dia por milhares de pessoas.
Após as detenções de catorze altos funcionários do governo regional praticadas pela polícia, milhares de separatistas compareceram a vários protestos em Barcelona, o principal diante do prédio da vice-presidência, no centro.
Os detidos são suspeitos de crimes de "desobediência, prevaricação e malversação", informou a Corte Superior de Justiça da Catalunha.
"Alguns que queriam ir embora daqui não foram ainda porque nós não quisemos", celebrou Jordi Sánchez, presidente de uma das organizações que convocaram os atos, a Assembleia Nacional da Catalunha.
"Acamparemos lá nas noites que faltam", advertiu Jordi Sánchez.
A tensão cresce na Catalunha, cujo presidente regional, o separatista Carles Puigdemont, mantém o plano de celebrar um referendo de autodeterminação em 1º de outubro, apesar da proibição do Tribunal Constitucional e da crescente pressão da polícia e da procuradoria para impedi-lo.
Para quinta-feira, convocaram outra manifestação em frente à sede do Tribunal Superior de Justiça da região, em Barcelona, que prometem manter até que os 14 detidos desta quarta-feira sejam liberados.
Também anunciaram protestos para o domingo diante das prefeituras de todos os municípios catalães a uma semana exata para o referendo, cuja celebração é uma incógnita.
O Estado espanhol "suspendeu, de facto, a autonomia da Catalunha e impôs, de facto, um estado de exceção", denunciou Puigdemont, que voltou a convocar os catalães a votarem na consulta para "defender a democracia frente a um regime repressivo e intimidador".
Já o chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, contrário a essa votação, pediu aos separatistas que contenham a "escalada de radicalismo e de desobediência".
"Sabem que esse referendo não pode ser celebrado (...) Nunca foi legal, nem legítimo, mas agora não é mais que uma quimera impossível", disse Rajoy.
* AFP