Laudos emitidos pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi) não apontaram a presença de tuberculose em mais de 20 amostras de cervos do Pampas Safari examinadas no mês passado. Finalizados no início de setembro e solicitados pela Fundação Municipal do Meio Ambiente de Gravataí (FMMA), os documentos mostram que não foram detectadas alterações relacionadas à doença nos animais analisados, mas ao mesmo tempo recomenda que as amostras sejam submetidas a novos exames.
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A sugestão é feita porque, conforme os documentos, o método utilizado — que consiste na extração de DNA e reação em cadeia para a bactéria mycobacterium bovis, responsável pela transmissão da tuberculose entre bovinos e em menor grau em outros mamíferos — "não é o padrão-ouro para detecção" da bactéria. A eficácia da técnica varia entre 45% e 83%, conforme o laudo, enquanto o exame considerado mais adequado chega a 95% de precisão.
Assim, de acordo com o Ibama, nada deve mudar em relação ao Pampas Safari, que continua fechado e proibido de abater animais saudáveis, em que a tuberculose não seja confirmada. O instituto também aponta que a amostra foi feita em uma porção muito pequena do rebanho, que totaliza cerca de 400 cervos.
Os laudos indicam também que "apenas os fragmentos de tecidos recebidos foram analisados, o que não permite excluir que a bactéria estivesse presente nos demais órgãos". Foram coletados fragmentos de pulmão, fígado e rim, entre outros órgãos e tecidos. A maior parte das amostras não tinha alterações que indicariam a presença de tuberculose nos animais.