Os senegaleses que vivem atualmente em Caxias do Sul pedem o estabelecimento de um local para venda diária de seus produtos e também o estabelecimento de um consulado no Rio Grande do Sul para tornar mais fáceis procedimentos como a regularização dos passaportes. Essas demandas foram apresentadas à embaixadora Fatoumata Binetou Correa, que está em visita à cidade nesta semana.
A embaixadora vem de uma visita a Passo Fundo, cidade onde também há população senegalesa, para saber a situação dos imigrantes. Conforme Abdoullat Ndiaye, o Billy, presidente da Associação de Imigrantes Senegaleses de Caxias do Sul, cerca de 500 compatriotas vivem atualmente na cidade.
Uma das demandas dos imigrantes é a abertura de um consulado no Rio Grande do Sul, para facilitar o acesso a serviços como, por exemplo, a confecção de passaportes. Alguns deles entraram com passaportes falsos no Brasil enquanto outros estão com o documento vencido, e querem regularizar a situação.
A embaixadora esteve no fim de março no Estado, quando se reuniu com o vice-governador José Paulo Cairoli. Na ocasião, Fatoumata manifestou a intenção de Senegal de estabelecer um consulado no Brasil.
Reuniões
Fatoumata se reuniu com o presidente da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, Felipe Gremelmaier, às 11h desta segunda-feira (18). Às 14h, ela visita o Centro de Atendimento ao Migrante.
Na terça-feira (19), às 17h, ela terá uma reunião com o prefeito Daniel Guerra, em que também estará presente a primeira-dama, Andreia Marchetto Guerra. Nesta reunião, deverá ser tratada a relação entre os imigrantes e o município.
Uma das questões trazidas pelos senegaleses é a dificuldade de comercializarem seus produtos; eles pedem um local na cidade para uma feira diária, se comprometendo a pagar taxas ao município. Atualmente, os senegaleses têm permissão para comercializar na Feira do Agricultor, em determinados dias da semana, e na Feira Sem Fronteiras, que ocorre em um domingo a cada mês. Eles também receberam autorização para fazer comércio de porta em porta na cidade.
Outro ponto é a fiscalização do comércio praticado pelos imigrantes. Os senegaleses reclamam da maneira como a Guarda realiza as abordagens. A prefeitura tem uma operação batizada de Centro Legal, que tem o objetivo de coibir o comércio irregular na cidade, o que inclui a venda que alguns senegaleses praticam em pontos do centro. No início de agosto, um grupo de imigrantes protestou na prefeitura após, segundo eles, um compatriota ter sido agredido por um guarda. Na ocasião, uma fiscal da secretaria do Urbanismo disse ter sido agredida pelo imigrante. O município abriu procedimento para investigar os fatos.
A embaixadora também terá uma reunião aberta à população na Câmara de Vereadores às 17h da quarta-feira (20). Outro pedido dos imigrantes que será abordado é a possibilidade de desenvolvimento de um programa de integração entre os senegaleses e os brasileiros. No seu período em Caxias, Fatoumata também visitará instituições de ensino superior.
Gaúcha
Em visita de diplomata, senegaleses de Caxias pedem consulado e local para comércio
Embaixadora Fatoumata Binetou Correa tem reuniões nesta semana em Caxias do Sul
Diego Mandarino
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