As praias do Norte da Ilha de Santa Catarina sofrem com os efeitos da ressaca do mar nesta terça-feira, 15. De acordo com a Defesa Civil Municipal de Florianópolis, desde ontem a maré bate com intensidade na orla, podendo causar prejuízos às construções mais próximas e à iluminação pública.
O diretor da Defesa Civil, Luiz Eduardo Machado, explica que o fenômeno surpreende, até porque o monitoramento de maregrama (registro do fluxo e refluxo das marés) indica que o nível do mar deveria estar abaixo do normal. Apesar da medição, Machado afirma que nem sempre o nível da maré tem relação direta com a formação de ressacas.
– A informação que tínhamos era de que uma possível ressaca aconteceria e terminaria no dia 14, mas ela permanece. Ainda não temos previsão para o fim da ressaca – disse.
Morador de Canasvieiras, o aposentado Braga Filho, de 55 anos, conta que foi até a beira da praia ver de perto o avanço do mar. De acordo com Braga, faz "dois ou três dias" que a região sofre com o aumento do nível do mar, e as construções mais próximas da orla estão começando a ser atingidas.
– Já dá pra ver que o estrago é bem visível. A ressaca está bem forte, derrubou contenções, principalmente próximo ao trapiche de Canasvieiras. Na entrada da praia que fica no final da rua Jorge Mussi, a rampa também cedeu e inviabilizou o acesso – contou.
Segundo a Defesa Civil, ainda não é possível precisar os estragos causados pela ressaca e há pouco o que fazer para conter os danos. A orientação é para que os proprietários de construções próximas à orla fiquem atentos ao nível do mar e, em caso de avanço considerável para dentro da casa ou estabelecimento comercial, deixem o local.
– Estamos esperando a ressaca passar para avaliar o avanço na faixa de areia e os possíveis prejuízos nas casas, comércios e iluminação pública, e só então tomar as providências necessárias – afirmou Machado.
Segundo a Defesa Civil, nos últimos 10 anos Florianópolis tem registrado ressacas regulares ao longo do inverno. Os registros do órgão indicam que uma primeira ressaca acontece entre o final de maio e o começo de julho, e uma segunda ressaca acontece em agosto.