A explosão de uma rocha de 12 metros de largura e 10 metros de comprimento na tarde desta quarta-feira (23) foi mais uma etapa da duplicação da BR-386. Atrasada em quase três anos, a obra entrou na reta final e tem previsão de ser concluída até o final deste ano.
Pouco antes das 15h, a rodovia foi totalmente bloqueada em um raio de 600 metros a partir do km 358, em Estrela, por cerca de 20 minutos, por questões de segurança. Fora desse perímetro, comerciantes, agricultores, moradores e motoristas se aglomeraram para filmar e fotografar a explosão, que durou poucos segundos após três breves toques de sirena.
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Encobertas por uma porção de terra, 65 minas com dinamites enterradas a cerca de dois metros e meio de profundidade do solo foram acionadas por um isqueiro, que por sua vez era controlado por um "blaster", que é o técnico de mineração responsável por coordenador o processo.
Apesar do barulho alto e da cortina de fumaça gerada, tudo ocorreu dentro do previsto, sem que nenhuma rocha fosse arremessada.
Essa foi a primeira explosão de rochas ocorrida após a retomada das obras, ocorrida em janeiro, depois de terem ficado suspensas por falta de recursos federais por cerca de um ano. O local onde ocorreu o trabalho desta quarta-feira faz parte do único trecho, de 11 quilômetros, entre Estrela e Bom Retiro do Sul, dentre os 34 quilômetros da obra, que ainda são de pista simples.
– Não foi a primeira explosão da obra, mas foi uma das mais importantes, pois estamos entrando na reta final. Vamos avaliar agora, mas é possível que a gente tenha que fazer mais uma explosão nessa mesma rocha e, aí sim, será a última – explicou o engenheiro do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) responsável pela duplicação, Adalberto Jurach.
A partir disso, o consórcio que executa a duplicação vai poder terminar de fazer a base do asfalto, para então finalizar as duas novas pistas, que levarão os motoristas no sentido Interior-Capital.
Até julho deste ano, de acordo com o último dado do Dnit, R$ 191,5 milhões já haviam sido investidos na obra que vai de Tabaí a Estrela, que tem cerca de 95% dos trabalhos concluídos. A estimativa é de que o valor total empregado chegue a R$ 208,9 milhões. A duplicação teve início em 2010, com perspectiva de ser entregue em 2013 e custo estimado em R$ 165 milhões.
Conforme o superintendente do Dnit no Estado, Hiratan Pinheiro, as construtoras estão focadas em liberar cerca de nove dos quilômetros restantes da duplicação antes do final do ano. Ficarão pendentes apenas os dois quilômetros que ficam próximo a aldeia indígena situada no limite de Estrela e Bom Retiro do Sul e que, por muito tempo, foi o principal empecilho para o andamento dos trabalhos.