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Um projeto terapêutico singular (PTS) foi elaborado para o menino de Bento Gonçalves a pedido do Ministério Público (MP). No documento, cada uma das esferas públicas se compromete a acompanhá-lo, já que internação não é opção: não há serviço ofertado na região, e o menino ainda não completou 12 anos, idade indicada para permanecer em uma clínica. Envolveram-se na elaboração do PTS os setores de educação, saúde, assistência social e o Conselho Tutelar.
O menino recebe acompanhamento psiquiátrico e clínico. A criança faz uso de medicação para controlar transtorno bipolar, esquizofrenia e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Os remédios fizeram o guri engordar, o que reforça a aparência saudável – a pele morena não sustenta traços de machucados vividos na época que tinha a rua e pracinhas como lar e ponto de trabalho, e não palco de brincadeiras de uma criança de oito anos.
Também se mudou para um colégio com boa fama na cidade, a pedido do MP. Acreditou-se que, distante das más companhias, uma melhora seria possível.
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Raquel Fronza
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