A empresa Rek Parking, administradora da cobrança de estacionamentos rotativos em Caxias do Sul, estima que o desvio de dinheiro denunciado pelo Ministério Público (MP) à Justiça seja inferior a R$ 50 mil mensais. A fraude envolve os funcionários Andrius Santos do Amaral Guedes e Douglas Anderson Volpato, que são acusados de trocar os cofres e as placas eletrônicas dos equipamentos por outros que não faziam parte do acervo oficial informado pela companhia.
Eles acabaram detidos em flagrante e tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. Conforme a denúncia, no momento de maior arrecadação pelo estacionamento rotativo, os dados e os pagamentos que eram efetuados pelos usuários não eram contabilizados oficialmente e, consequentemente, não eram repassados ao município. A estimativa da prefeitura é que o prejuízo seja de R$ 50 mil por mês.
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– Não temos ideia do volume desviado, pois estamos pegando todos os relatórios para chegar à gênese do problema. Achamos que é coisa de quatro ou cinco meses. É menos do que R$ 50 mil mensais, pode ser bem menos – garante o diretor da empresa, Eder Vasconcelos de Souza.
Junto com a Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade, a Rek Parking analisará todos os relatórios de fluxo dos estacionamentos para chegar ao levantamento real e então repassar a verba imediatamente, como assegura Souza, aos cofres públicos:
– Eles (suspeitos) desenvolveram uma forma apurada de achar a falha no sistema, que não é 100% inviolável. Estamos bem ansiosos em esclarecer isso e trabalharemos todo o feriadão para tanto.
O promotor Reginaldo Silva diz que, apesar de a dupla poder ser criminalizada por peculato, dificilmente seguirá presa:
– A pena prevê de dois a 12 anos de reclusão, só que há grande possibilidade de eles responderem em liberdade ou cair no regime semiaberto.
Os investigadores ainda avaliam se a empresa sabia da fraude. Souza nega que houvesse conhecimento. O esquema foi identificado pela Secretaria de Trânsito a partir da ligação de um motorista que não conseguia imprimir o ticket de estacionamento após o pagamento. O sistema da secretaria, porém, indicava que o parquímetro operava normalmente. Depois de ter conhecimento da fraude, a secretaria, juntou fotos, vídeos e outros dados e denunciou o caso ao MP em 25 de janeiro.