Em função da forte resistência no Congresso ao texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dareforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já admite adiar a votação inicialmente prevista para o dia 8 de maio.
– Se possível vamos votar a matéria no dia 8 de maio, se não for possível, a partir do dia 15 –, disse ele nesta sexta-feira, em Foz do Iguaçu, onde participa do 16º Fórum Empresarial organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).
Leia mais:
Calcule quando você se aposentará se a reforma da Previdência for aprovada
Reforma da Previdência: entenda como funciona a regra de transição
Reforma da Previdência: entenda as principais mudanças da proposta
Apesar de assumir que, hoje, o governo não tem votos suficientes para garantir a aprovação, Maia disse que não se trata de um adiamento.
Segundo ele, trata-se de um "aprofundamento na articulação" junto às bancadas para uma melhor compreensão do texto entregue nesta semana pelo relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA).
– Não haverá adiamento, haverá articulação. E a votação quando estivermos a clareza da vitória. Essa não é uma matéria qualquer, que a gente pode perder no mérito. ê uma matéria que é o coração do Brasil –, disse.
Segundo o presidente, ainda há na cabeça dos deputados e da população uma "contaminação" do texto original.
– Houve a interpretação equivocada de que os pobres estavam prejudicados, e não estavam porque a vinculação do salário mínimo nunca saiu –, disse.
Responsável pela articulação do Planalto junto ao Congresso, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), descarta o termo "adiamento", mas admite que há necessidade de uma discussão mais aprofundada do texto:
– É preciso maturar melhor a discussão de um texto complexo que foi entregue nesta semana.
Em seu discurso, Imbassahy disse que o texto original tinha uma previsão de economia de R$ 830 bilhões em 10 anos, "duro de roer".
– Tinha coisas ali que era realmente difícil de conseguir o voto do parlamentar –, disse. Segundo ele, se aprovado o texto do jeito que está, depois das concessões feitas pelo governo no texto original, a economia será de 75% do valor original.