A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) será investigada no Supremo Tribunal Federal (STF) pela suspeita de ter recebido R$ 150 mil da empreiteira, por meio do Setor de Operações Estruturadas - conhecido como "departamento da propina", em 2010, segundo depoimento do ex-diretor da Odebrecht Alexandrino de Salles Ramos de Alencar. Ainda segundo o delator, "não houve qualquer registro contábil do repasse financeiro", o que caracteriza caixa 2.
Atualizada: em dezembro de 2018, as acusações foram arquivadas no STF por falta de provas, a pedido da Procuradoria-Geral da República. Leia mais aqui.
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Segundo Alexandrino, a parlamentar – que tinha o codinome "Solução" no sistema – teria recebido o recurso por ser uma importante liderança política no Estado do Rio Grande do Sul.
Segundo o despacho de Edson Fachin, os indícios apontam que a deputada gaúcha teria cometido o crime de falsidade ideológica eleitoral, previsto no artigo 350 do Código Eleitoral: "omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais".
Conforme a Justiça Eleitoral, o crime prevê "reclusão de até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa. Se o documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa, se o documento é particular".
Em 2010, ano do suposto repasse, Maria do Rosário concorria novamente a um cargo na Câmara. Na eleição, ela se reelegeu com 143.128 votos, o que colocou entre os 10 mais votados do Estado.
O que diz a deputada federal Maria do Rosário:
Por meio de nota divulgada por sua assessoria de comunicação, a deputada afirma que a decisão do ministro Edson Fachin "é uma mera autorização do STF para apuração dos fatos sobre as delações da Odebrecht". No entanto, a parlamentar diz que "a citação de seu nome a deixa indignada.
"Não me calarei frente a este episódio e não me afastarei um milímetro sequer das causas que acredito e que o nosso trabalho representa. Vou disponibilizar meus sigilos fiscal, bancário e telefônico ao STF tamanha é minha tranquilidade. Meu nome e minha vida não estão à disposição para serem enxovalhados por ninguém em nenhum lugar", diz a deputada no documento. Ela também divulgou um vídeo com seu posicionamento.