Mesmo sabendo que o movimento estaria fraco por causa da greve geral mobilizada pelas centrais sindicais de todo o País em repúdio às reformas trabalhista e da Previdência, boa parte dos comerciantes arriscaram abrir as portas no Centro de Porto Alegre. Mas, até o meio-dia, os clientes não apareceram.
O terminal de ônibus Parobé, no Centro, estava completamente vazio. As paradas da Avenida Senador Salgado Filho, que costumam estar movimentadas, também não tinham vida na manhã desta sexta-feira. Nenhuma agência bancária abriu as portas.
Leia mais
Trensurb não circulará nos horários de pico na manhã desta sexta-feira
Greve geral: veja o que pode parar na sexta-feira no RS
EPTC autoriza passageiros em pé em lotações nesta sexta-feira
As ruas que costumam estar abarrotadas de pessoas fazendo compras ou em busca de algum serviço, estavam vazias. Os que circulavam eram apenas moradores ou funcionários de algum dos estabelecimentos. Marco Quadros, que é proprietário de uma banca do Mercado Público foi um dos comerciantes prejudicados com a paralisação. Em pleno horário de pico, às 9h30min, quando os clientes normalmente tomam um cafezinho, as mesas estavam vazias.
– Hoje é um dia perdido, não tem como as pessoas virem até o Centro porque os ônibus não estão circulando. De tarde tem que fechar a porta e ir embora, é o jeito – lamentou.
O vigilante Jeferson de Oliveira, 30 anos, que mora no Centro e trabalha no bairro Jardim Botânico, disse que entende a importância da greve e concorda com o movimento, mas lamenta ter se atrasado para o trabalho em função da paralisação dos ônibus.
– Vou pegar a lotação que é mais cara e os horários são diferentes – contou o vigilante.
A lotação foi a principal alternativa para boa parte da população que mora em bairros afastados e precisaram ir até o Centro. Foi o caso da moradora do Campo Novo, Leonir de Souza Flores, 35 anos. Ela tinha de levar o filho Gabriel Souza Pereira, cinco anos, em uma consulta médica.
– A gente entende (o movimento grevista), mas acabou tendo que gastar mais com a lotação – disse Leonir com o filho no colo.
Já a comerciante Raquel Mariani, 32 anos, aproveitou a carona do colega Rafael Souza, 34. Embora tenha a facilidade do carro, Rafael, que mora em Viamão e trabalha no Centro, precisou pegar atalhos para fugir das manifestações e chegar no trabalho.
– Consegui vir porque ele me deu carona, mas normalmente venho de ônibus. A média de movimento aqui na banca é de 50 clientes em uma manhã. Mas, até agora, só entraram duas pessoas – relatou.
A maior movimentação se concentrou na frente da Prefeitura de Porto Alegre, onde manifestantes se reuniram para protestar. Uma estrutura de segurança também foi mobilizada no Palácio Piratini, onde devem ocorrer manifestações no meio da tarde.