Em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedicto Júnior, ex-presidente da Construtora Odebrecht Infraestrutura, afirmou ter repassado R$ 9 milhões a políticos do PSDB a pedido do senador Aécio Neves (MG), então candidato à Presidência pela sigla em 2014. A doação teria sido via caixa 2. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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Apesar de citar o pagamento irregular, Benedicto não disse que se encontrou ou se tratou pessoalmente com Aécio sobre as doações. O executivo foi ouvido na ação aberta a pedido do PSDB contra a chapa Dilma-Temer. Em meio ao depoimento, no momento em que falava dos repasses ao PSDB, Benedicto foi advertido pelo ministro Herman Benjamin, do TSE, que afirmou que o assunto é objeto estranho à investigação.
Benedicto relatou que R$ 6 milhões foram repassados para as campanhas do senador Antonio Anastasia e aos deputados Pimenta da Veiga e Dimas Fabiano Toledo Júnior. Os outros R$ 3 milhões foram entregues ao publicitário Paulo Vasconcelos, marqueteiro de Aécio na campanha de 2014.
De acordo com o Estadão, Aécio, por meio de sua assessoria de comunicação, disse que "como dirigente partidário, solicitou apoio para inúmeros candidatos de Minas e do Brasil a diversos empresários, sempre de acordo com a lei". Em comunicado, a assessoria de Antonio Anastasia disse que o parlamentar "nunca negociou com qualquer pessoa ou empresa assuntos ilícitos".
Benedicto também disse que as doações são feitas por meio de caixa 1, ou caixa 1 por terceiros, e, ainda, por caixa 2, segundo o Estadão. Ele também citou a cervejaria Itaipava, que segundo o ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, era usada como "laranja" para efetuar pagamentos a políticos. Por meio de nota, a cervejeira disse que "sempre fez doações legais e registradas de acordo com a legislação eleitoral".