Para identificar e prender o grupo que explodiu um carro-forte e levou o dinheiro na última segunda-feira em Vacaria, na Serra Gaúcha, a Polícia Civil do Estado segue o rastro da munição. Os bandidos utilizaram armamento .50, de uso restrito das Forças Armadas e com potencial de derrubar avião. Foi a primeira vez que criminosos empregaram este calibre para um roubo, segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
A munição .50 tem se popularizado entre assaltantes de outros Estados pela eficácia. Ela atravessa um blindado como o carro-forte e possibilita a fuga rápida, com relativa chance de sucesso para os bandidos. Por isso, o Deic aposta que somente grupos mais organizados, que também assaltam bancos, conseguem obter o armamento.
O titular da Delegacia de Repressão a Roubos do órgão, Joel Wagner, acredita que os suspeitos do ataque em Vacaria são remanescentes de quadrilhas lideradas por Carlos Ivan Fischer, o Teco, e Ronaldo Bandeira Mack, ambos mortos em confronto com a polícia:
– Existe um perfil de criminoso para esse tipo de crime. Geralmente são pessoas que dominam a técnica de utilização de explosivos, agem em cidades pequenas e partem muitas vezes para ataques audaciosos. Mapeamos permanentemente essas quadrilhas, e acreditamos que são remanescentes das organizações lideradas por Fischer e Mack.
As investigações preliminares apontam que quatro ou cinco suspeitos surpreenderam o motorista de um carro-forte da Brinks no km 54 da BR-116, em Vacaria, por volta das 16h30min da última segunda-feira. Eles teriam atravessado um caminhão na rodovia e incendiado três automóveis que passavam no local. Na sequência, fugiram em direção a Antônio Prado pela ERS-122.
Na fuga, um Vectra bordô foi abandonado na estrada velha de Antônio Prado, próximo ao km 165. Desde agosto de 2015 um assalto a carro-forte não era consumado no Rio Grande do Sul. Ainda não há suspeitos identificados. Informações sobre roubos a instituições bancárias podem ser repassadas pelo telefone 0800-510-2828.