O prefeito Daniel (PRB) avaliou o seu primeiro mês a frente da prefeitura de Caxias do Sul. O novo governo também foi avaliado por lideranças politicas, entidades e pela população caxiense. Abaixo, confira a entrevista:
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Pioneiro: Qual a avaliação do seu primeiro mês de governo?
Daniel Guerra: Avaliamos de forma muito positiva pela equipe aguerrida dos secretários, pelos servidores comprometidos. Mas a melhor avaliação quanto às ações do governo quem tem dado é a população, tendo sido muito gratificante o apoio, o acolhimento.
Na segunda-feira, foi publicado no Diário Oficial o Demonstrativo Simplificado do Relatório Resumido da Execução Orçamentária, relativo ao bimestre novembro e dezembro de 2016, e consta superávit orçamentário de R$ 57.402.218,35. É esse o valor deixado pelo ex-prefeito Alceu Barbosa Velho?
O que foi deixado pelo ex-prefeito Alceu é um déficit, de restos a pagar do último quadrimestre, no valor superior a R$ 65 milhões. O que é esse superávit?Se tu contares apenas de forma isolada, sem considerar todo o conjunto da peça contábil, não há como ter uma interpretação correta. Hoje (terça-feira), o próprio secretário (da Fazenda, José Alfredo Duarte Filho) reiterou na nossa reunião essa situação de irresponsabilidade do governo anterior de ter nos deixado um restos a pagar superior a R$ 65 milhões e não ter deixado dinheiro no caixa.
Como o senhor avalia o reajuste de 18% da tarifa do transporte coletivo apontado pelo governo anterior?
É cálculo do governo Alceu, é ele quem tem que explicar para a população. O que vamos considerar é o que o relator do Conselho Municipal de Trânsito irá apontar. Está fazendo a busca de dados.É possível baixar o valor atual de R$ 3,40?O relator tem e vai se basear nas questões técnicas. É muito prematuro falar algo agora, porque está em fase de estudo e esse estudo não se interrompe apenas para a questão da análise da tarifa. Nós teremos um grupo de trabalho para uma transparência maior em tudo que envolvam as planilhas da tarifa do transporte.
A Farmácia do Ipam, na sua opinião, deve ser fechada?
Não se trata de uma opinião, precisa se ter os prós e contras. Esse momento ainda é de construção dessa matéria. Nós iremos ouvir amanhã (hoje) o Sindiserv, queremos ouvir os servidores, o conselho gestor do Ipam. Existe também uma manifestação do próprio Ministério Público apontando ou para a extinção ou para a transformação em S/A, o que não é uma coisa que se possa achar simples, existe um custo gigante. Essa matéria precisa de muita serenidade.
O senhor sempre fala em abrir a UPA Zona Norte o quanto antes, ainda neste ano. Já tem data?
Desde o dia primeiro estamos caminhando para a abertura. Hoje há um edital abrindo possibilidade de empresas poderem se qualificar para serem contratadas. Esse é o primeiro passo. Neste primeiro momento, será terceirizada para que possa entrar em operação o quanto antes. Aliado a isso, buscar o recurso para custeio que foi o fruto da extinção da verba de representação.
O serviço será terceirizado por quanto tempo?
Será avaliado se a terceirização está a altura do atendimento. Mas a ideia é que em um médio e longo prazo, possa se avaliar se é o melhor formato.Como estão as negociações com os médicos que deverão bater o ponto?Está bem tranquila, porque o secretário demonstrou grandeza ao reunir todos os servidores médicos para, num diálogo muito franco, explicar o momento, a necessidade, as regras e a diretriz do governo atual. Uma dessas diretrizes é que ninguém é melhor que ninguém. O concurso público é claro, não é o prefeito Guerra que está inventando.
Os possíveis movimentos de paralisação, de greve... O senhor disse na CIC que não havia visto manifestação de médico concursado nesse sentido, mas são declarações que chegam a nós via Sindicato.
Sindicato dos Médicos. Mas quem responde por eles é o Sindiserv.
A negociação é feita, então, com o Sindiserv e não com o Sindicato dos Médicos
A nossa administração vai se pautar pelo respeito à lei. Quem representa a classe dos médicos concursados é o Sindiserv.
Qual a sua opinião sobre as mesas de bares nas calçadas?
Qualquer alteração na vida da comunidade e no movimento da cidade precisa ocorrer com a premissa de ouvir a comunidade. Estamos com toda a administração aberta para ouvir os empreendedores, os moradores, o comércio, as instituições, as entidades. É assim que a gente constrói uma caminhada com mais acertos do que erros. A gente precisa tornar a cidade mais humana, com melhor convivência, com mais espaços culturais, mas dentro da legalidade.
Leitores nos relataram duas situações envolvendo CCs. Primeiro, que Petter Campagna Kunrath, coordenador de governo, é casado com a irmã de sua cunhada, a Patrícia, mulher do vereador Chico Guerra. E que Marcelly de Souza Paes Felippi, diretora de departamento, também é de suas relações familiares. O que ela é sua?
É irmã da minha cunhada.
Não se tratam aparentemente de casos de nepotismo, mas na sua visão de nova política, não é incoerente?
Ela (Marcelly), como toda e qualquer pessoa, mandou currículo, teve excelente pontuação. É uma veterinária altamente reconhecida. Nós tínhamos como meta e compromisso da nossa administração que tivéssemos o Centro de Bem-Estar Animal, e em menos de um mês conseguimos implantar, apenas escolhendo uma pessoa de cargo de confiança, com a qualificação correta e no lugar certo. Ela passou pelo crivo como qualquer pessoa. Não contrato realmente amigos. Agora, ela não tem culpa de carregar consigo ter ou ser irmã da minha cunhada. Se eu não olho questão ideológica, religiosa, de opção sexual, eu também não olho se tem, por um azar da natureza, até o mesmo sobrenome que eu. E o Petter, a seleção dele se deu muito antes. Se deu porque ele era meu assessor na Câmara de Vereadores. E ele, como qualquer pessoa, se qualificou para estar aqui, tanto que ele é coordenador de governo. Hoje ele faz parte do comitê de governança, uma posição muito estratégica da administração. É uma pessoa que tem MBA na área dele.