Diante de um chamado do Comando Geral da Polícia Militar do Espírito Santos, grupos de policiais se apresentaram na tarde deste sábado para o trabalho em áreas do centro de Vitória. Com o movimento, governo capixaba espera que a greve seja encerrada em breve.
A chamada geral feita à tropa determinou o retorno do policiamento ostensivo a pé em locais determinados da Grande Vitória. A Secretaria de Segurança do Espírito Santo ainda não informou quantos PMs se apresentaram e quantos seguem aquartelados.
Segundo a Secretaria de Segurança do Estado, a greve não terminou. Além de Vitória, a secretaria informa que policiais se apresentaram em Cariacica, Serra, Vila Velha e Cachoeiro de Itapamerim. Ao todo, 600 homens – em um total de 10 mil – voltaram ao trabalho. A maioria deles são oficiais.
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Sem farda, os PMs estão em locais como a Praça do Papa, Praça Oito e rodoviária da capital capixaba. Eles aguardam as instruções dos comandantes. Já um pequeno grupo de PMs que tinha as fardas em casa saiu para realizar o policiamento na área central de Vitória. Poucas viaturas começam a ser vistas nas ruas.
Os PMs convocados estavam de folga ou férias e poderiam sofrer punições caso descumprissem a ordem, considerada um ultimato para que a greve da categoria tenha fim, bem como os acampamentos de mulheres e esposas de policiais em frente aos batalhões e companhias. Por ora, o piquete instalado no quarto do Comando Geral não foi desfeito.
Esposa de PM e uma das líderes do acampamento próximo ao quartel do Comando Geral, Ordilene Martins garante que o movimento não terminou.
– Poucos policiais militares se apresentaram, a maioria segue parada. Como o governo do Estado e os ministros não conversaram com a gente, não vamos sair da frente dos batalhões – disse.
Neste sábado, ações dos governos estadual e federal tentaram acelerar o final da greve. Quatro ministros foram enviados pelo presidente Michel Temer ao Espírito Santo para discutir uma saída para a crise. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também esteve no Estado. Ele anunciou que avalia federalizar os processos contra PMs por motim ou revolta, que tramitariam na Justiça Militar da União.
Já a comitiva de ministros anunciou que as tropas federais ficarão na Grande Vitória o tempo que for necessário até o final da paralisação. A Polícia Federal vai investigar os grevistas e a base de Temer do Congresso será mobilizada para não aprovar uma eventual anistia aos PMs.