A equipe médica do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, afirmou que, embora não haja mais fluxo no cérebro da ex-primeira-dama Marisa Letícia, não é possível falar em morte cerebral. Ela está internada na instituição desde o dia 24, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).
Para confirmar essa condição de um paciente, médicos seguem um rigoroso protocolo, que prevê a realização de pelo menos dois exames. Os testes incluem um exame clínico à beira do leito para certificar que o doente não possui mais reflexos cerebrais e não pode respirar por si próprio.
Na maior parte das vezes, a análise é realizada em duas etapas, com um intervalo médio de seis horas, para assegurar um resultado exato. A equipe médica de Marisa Letícia evita falar em morte cerebral porque não cumpriu todo o protocolo, por considerá-lo dispensável nesse caso, segundo o jornal O Estado de S.Paulo.
O exame mais popular é o Doppler transcraniano, que chegou a ser realizado na ex-primeira-dama, conforme boletim médico divulgado pelo Sírio-Libanês. O exame é feito com o paciente em posição deitada. O médico especialista encosta um dispositivo em determinadas regiões da cabeça do paciente com o objetivo de detectar sinais de fluxo sanguíneo nas artérias do cérebro.
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Realizado rotineiramente nos principais centros de diagnóstico, o teste permite uma avaliação cerebrovascular rápida, segura e não invasiva.
Outros testes bastante comuns são o eletroencefalograma ou o angiograma cerebral, utilizados para averiguar o fluxo sanguíneo e a atividade cerebral.
Em alguns casos, o paciente pode apresentar atividades ou reflexos espinhais, como um movimento ou uma contração muscular. Como são causados por impulsos elétricos que permanecem na coluna vertebral, esses reflexos são possíveis mesmo que o cérebro esteja morto.