O anúncio do governo do Estado, na sexta-feira, de que fará um financiamento bancário para quitar os R$ 190 milhões da dívida com hospitais filantrópicos trouxe um certo alívio para a crise financeira enfrentada nas instituições. De acordo com o presidente da Federação de Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado, André Lagermann, a ausência de repasses do Piratini afeta 17 programas com serviços à população e a folha de pagamento, incluindo o 13º salário de funcionários que não foi pago em alguns casos.
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– Nós temos diversas instituições com atraso. No início de janeiro, realizamos uma pesquisa onde 60% dos hospitais estavam alegando que não teriam condições, naquele momento, de saldar a folha de pagamento. Então realmente se chegou a uma situação muito extrema, quando diversos hospitais tiveram que parcelar salários e atrasar. E alguns só agora, com a quitação, vão ter a possibilidade de pagar o 13º salário – afirmou.
O presidente falou que a federação reconhece o esforço do governo, mas cobra uma regularidade nos pagamentos. Segundo ele, os programas atingidos representam custos novos que foram incorporados pelos hospitais como, por exemplo, programas de saúde de mental, que estão em aproximadamente cem hospitais, com profissionais contratados especialmente para cuidados específicos de transtornos psiquiátricos e dependência de álcool e drogas.
– Agora se coloca em dia, mas também há uma preocupação da federação para que se possa garantir a continuação desses programas e o pagamento regular, porque estes serviços são importantes para os hospitais e para a população gaúcha – salienta.
O Piratini abriu uma linha de crédito do Fundo de Apoio Financeiro e de Recuperação dos Hospitais Privados Sem Fins Lucrativos. A dívida do governo refere-se aos meses de março, abril, maio, novembro e dezembro de 2016. A quitação do financiamento ocorrerá com recursos federais até novembro de 2018.
*Rádio Gaúcha