Com a multiplicação de blocos de rua, o Carnaval tem movimentado a economia de Caxias do Sul, principalmente o setor de bares e restaurantes, mas também o varejo específico de fantasias e acessórios. De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Gastronomia e Hotelaria da Região Uva e Vinho, João Leidens, os estabelecimentos que ficaram abertos no período chegaram a registrar incremento de 20% na movimentação nos últimos quatro dias. As informações são da Gaúcha Serra.
– Qualquer evento que tira as pessoas de casa é muito importante para o setor – destaca Leidens sobre a folia nas ruas.
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Somente no Bloco da Velha, o mais tradicional, que mobilizou mais de 40 mil pessoas, foram 110 trabalhadores na venda de bebidas e alimentos e mais outros 50 profissionais no apoio do evento. O gasto total foi estimado em R$ 120 mil, de acordo com Marion Martinato, uma das organizadoras do bloco. Foram encomendados cerca de mil abadás.
A partir do Bloco da Velha em 2011, mais eventos do gênero surgiram na cidade. Hoje, são pelo menos quatro blocos. Desde então, empresas que confeccionam camisetas personalizadas passaram a registrar aumento da demanda ano a ano. A Trampus Serigrafia fabricou mais de 600 camisas para o Bloco da Ovelha. Mesmo dentro deste blocos oficiais, há pessoas que criam a própria definição do grupo e mandam fazer a estampa. A Arte Controlada recebeu cerca de 500 pedidos para o Carnaval de Caxias deste ano. De acordo com Adair Niquetti, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas da Região Nordeste do Rio Grande do Sul (Singraf), além do aumento da produção em comparação ao ano passado, a expectativa é que essa tendência se mantenha.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Ivonei Pioner, diz que a cidade se beneficia de um fenômeno nacional.
– Os blocos são mais baratos, populares, onde todo mundo pode participar. E as pessoas se movimentam para se preparar, querem camisetas diferentes, querem acessórios – destaca Pioner, ressaltando que o Carnaval movimenta um nicho bem específico, como lojas de fantasia.
Tatiana Bordin, proprietária da Arlequim, destaca a procura maior por acessórios do que o aluguel de fantasias.
– É que os adultos participam mais dos blocos e preferem os adereços, mas as crianças também vão junto e alugam as fantasias – explica.
Na Luxúria Festas, a popularização do Carnaval de rua na cidade gerou um incremento de 50% nas vendas deste ano, conforme Jane Minatto. Mesmo as lojas que não são voltadas especificamente para este setor, tiveram incremento no faturamento com a movimentação nos últimos dias. De acordo com levantamento do Sindilojas, o Carnaval aliado ao período de promoções, trouxe melhores resultados. A média de crescimento nas vendas, especialmente de roupas e acessórios, foi de 10%, mas a entidade ressalta que a margem de lucro é menor justamente pelas promoções.