Os dez feriados oficiais que caem em terças e quintas-feira neste ano tem sido comemorado pelo setor de turismo no país. Segundo dados do Ministério do Turismo, as viagens motivadas por finais de semana prolongados devem injetar R$ 21 bilhões nos mais variados negócios relacionados aos deslocamentos por lazer no país.
No RS, expectativa de reaquecimento do segmento é motivo de comemoração. O número maior de feriados é uma das esperanças para aumentar o movimento este ano no Hotel Pousada Blumenberg, em Canela, na Serra. Na comparação com os finais de semana normais, a maior quantidade de dias de folga, observa o empresário Ditmar Bellmann, facilita o deslocamento de visitantes de outros Estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Além da crise econômica do país, até a coincidência de o Natal de 2016 cair em um domingo prejudicou o turismo e causou ociosidade na ocupação.
– Ano passado foi bem atípico. Esperamos que 2017 marque o início do retorno da normalidade. Já temos reservas para Páscoa, Tiradentes, 1º de Maio e até para o Natal – diz Bellmann, há 21 anos no ramo.
Leia mais:
Quem sai prejudicado com os feriados de 2017
Confira o calendário de feriados dos servidores públicos do RS em 2017
10 dicas de roteiros de viagem para os 10 feriadões de 2017
O empresário nota que, por enquanto, o movimento em janeiro, considerado baixa temporada, está semelhante ao da mesma época em 2016. A diferença é que, ao contrário do ano passado, quando a projeção era de queda do movimento, agora há sinais de períodos melhores. Mesmo assim, a ordem é trabalhar para promover a Serra como destino turístico, competindo com outras regiões do Brasil e da América do Sul. Ao mesmo tempo, promover ofertas em tarifas de hospedagem e parcerias com restaurantes para tentar oferecer mais aos turistas, por menos.
Turismo espera mais negócios
Sem considerar Carnaval, Semana Santa, Natal e Réveillon, o Ministério do Turismo calcula que apenas os feriadões esticados devido a datas que caem nas segundas, terças, quintas ou sextas-feiras devem gerar mais 10,5 milhões de viagens neste ano no Brasil. Uma demanda capaz de movimentar R$ 21 bilhões, espalhado por mais de 50 setores ligados à atividade turística. O estudo foi encomendado à Fundação Getúlio Vargas.
Ano passado, a estimativa foi de R$ 18 bilhões.O presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav), Edmar Bull, estima que, neste ano, as empresas do segmento devem faturar entre 8% e 14% a mais na comparação com 2016. Cerca de um terço do crescimento, entende Bull, virá do número maior de feriadões. Uma das vantagens da maior ocorrência de finais de semana prolongados, prossegue o dirigente, é ter mais equilíbrio entre oferta e demanda. Com mais opções de datas, tarifas aéreas e de hotéis, por exemplo, não são tão pressionadas.
Apesar do otimismo, Bull admite que a crise impacta o setor. Com isso, o turista adapta os pacotes. O levantamento do órgão federal levou em consideração os feriados de 21 de abril (Tiradentes, sexta-feira), 1º de maio (Dia do Trabalho, segunda-feira), 15 de junho (Corpus Christi, quinta-feira), 7 de setembro (Independência do Brasil, quinta-feira), 12 de outubro (Dia de Nossa Senhora Aparecida, quinta-feira) e 2 de novembro (Finados, quinta-feira). Se as previsões do governo e da Abav se confirmarem, será um alívio para a principal destino turístico do Estado.
Na região das Hortênsias, a rede hoteleira tem, por enquanto – excluindo-se o Carnaval –, ocupação de apenas 10% para fevereiro e março, diz Fernando Boscarin, presidente do SindTur Serra Gaúcha, que reúne hotéis, parques, museus, bares e restaurantes da região.
– Os últimos sete anos até o início de 2015, quando a classe C começou a viajar, foram excelentes. Depois disso, péssimo. Esperamos que 2017 seja de recuperação, para patamares mais aceitáveis – diz Boscarin.