Sobreviventes do incêndio da Boate Kiss, que completa quatro anos no próximo dia 27, prestam apoio aos pais da tragédia que vitimou 242 pessoas. Nesta quarta-feira (25), familiares acompanharam em Porto Alegre o protocolo da petição contra o governo brasileiro na Corte Interamericana de Direitos Humanos, apresentado pelo Instituto Juntos com apoio de entidades e da associação das vítimas da Boate Kiss.
Segundo a coordenadora do instituto, Tâmara Biolo Soares, a Corte deve se pronunciar sobre o processo em cinco a seis anos. Além disso, foram apresentadas medidas cautelares, pedindo o arquivamento do processo contra os pais das vítimas pelo Ministério Público por calúnia.
Para Ligiane Righi da Silva, mãe de Andrielle, que morreu na noite do incêndio enquanto festejava seu aniversário de 22 anos, afirma que a petição é uma "luz no fim do túnel". De acordo com Ligiane, a ação representa a liberdade de se manifestar.
”Não podemos falar nada que somos julgador. Meu marido é um dos pais processados pelo Ministério Público por ter questionado a omissão deles com o caso", desabafa.
O caminho do processo na Corte
Depois de protocolado, o processo vai à análise de uma comissão da Corte Interamericana de Direitos Humanos. O governo brasileiro terá três meses para se manifestar. Depois, a comissão propõe uma solução amistosa. Caso não aconteça, a comissão determina a reparação por parte do governo. Se o Estado também não acatar, vai para a Corte se pronunciar.