O jornalista, advogado e político gaúcho Adroaldo Marli Streck morreu na noite desta quarta-feira, em Porto Alegre. Aos 81 anos, o gaúcho de Cachoeira do Sul estava internado desde o dia 3 de novembro do ano passado no Hospital Mãe de Deus. As causas da morte ainda não foram confirmadas.
O corpo do comunicador será velado nesta quinta-feira das 9h às 15h no Crematório Metropolitano de Porto Alegre.
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Streck escreveu seu nome na história do jornalismo gaúcho. Em 1957, foi um dos fundadores da Rádio Guaíba, tendo sido o primeiro locutor da emissora. Adroaldo também teve passagens pela Rádio Cachoeira (onde começou, aos 18 anos), Rádio Pampa, TV Guaíba e pelo jornal Correio do Povo, como colunista.
Durante a faculdade de Direito na UFRGS, em Porto Alegre, chegou a morar na Alemanha, onde trabalhou na rede Deutsche Welle, fazendo trabalho de correspondente estrangeiro. Depois de formado, em 1963, continuou exercendo a profissão de jornalista.
Em 1988, tornou-se colunista do Correio do Povo, em Brasília. Seguiu carreira política até 2003, tendo votado pela abertura do processo de impeachment contra o presidente Fernando Collor, em 1992.
Como político, Streck iniciou sua carreira em 1963. Suplente na eleição do ano anterior, assumiu o mandato de deputado estadual pelo extinto Movimento Trabalhista Renovador (MTR). Após seu mandato, retornou ao jornalismo, tanto na Rádio quanto na TV Guaíba, em 1976. Dez anos depois, em 1987, foi eleito deputado federal constituinte pelo PDT no Rio Grande do Sul. Assumiu uma cadeira na Câmara Federal mais três vezes, agora pelo PSDB, em 1991-1995, 1995-1999 (suplente, assumiu vaga deixada por Nélson Proença, nomeado chefe da Casa Civil-RS) e 2003-2007.
De 1995 a 1997, Streck foi presidente do PSDB gaúcho. Após derrota no pleito de 1998, assumiu os cargos de assessor da Secretaria de Comunicação de Governo da Presidência da República e secretário de Assuntos Federativos da Presidência na segunda gestão de Fernando Henrique Cardoso (1999-2003).
Em maio de 2002, assumiu o cargo de presidente da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), subsidiária da Eletrobrás, em Porto Alegre. Após, o jornalista ainda assumiu cargo na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) por dois anos.
Em 2015, Adroaldo Streck publicou seu livro Dívidas de Gratidão, com a seguinte mensagem na introdução: "o título, 'Dívidas de Gratidão', reflete meu exato sentimento pelo tanto que recebi. Com esta frase sintetizo a publicação: Grato por tudo".
Ao longo da obra, relata as experiências que teve e as entrevistas e contatos com personalidades, como Brizola, Pelé, Figueiredo, Geisel, Elis Regina, Gorbachov, além da coberturas famosas da Rádio Guaíba. Conta também bastidores, piadas e curiosidades das entrevistas e coberturas que fez.
Ainda no livro, o jornalista faz uma crítica bastante atual à política do país: "Na administração pública brasileira faz muito tempo que a incompetência é gritante. Se derem ao pessoal que está no poder hoje um trailer de cachorro-quente para administrar, vai ter pão demais, salsicha de menos e a mostarda certamente estará estragada".
Adroaldo deixa sua esposa Irene de Morais Streck, dois filhos, Adroaldo e Paulo, e um neto, Martin.
*ZERO HORA