Farroupilha e Bento Gonçalves ainda não tem sistema de esgotamento sanitário implantado. Nas duas maiores cidades da Serra, depois de Caxias, o que há de tratamento são apenas alguns loteamentos e condomínios das duas cidades que têm sistemas próprios de coleta e tratamento. A Corsan informou que a abertura da licitação para a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Farroupilha está prevista para esta sexta-feira (6). As obras devem ser concluídas dois anos após assinada a ordem de início. As obras serão feitas com recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) 2 e do Orçamento Geral da União (OGU) Obras, grupos 1 e 2. A companhia investirá R$ 12,9 milhões na cidade.
Já em Bento Gonçalves, o investimento da Corsan divide-se em partes. As obras de instalação de redes coletoras e estações elevatórias, na ordem de R$ 26 milhões, foram concluídas. Ainda é aguardada a construção de uma ETE na bacia do arroio Barracão. A Corsan prevê lançar a licitação ainda em 2017. O maior investimento em Bento, de cerca de R$ 49 milhões, é para elevar o índice de tratamento de esgoto de 0% para 54%. A Corsan diz que tem recursos garantidos para a obra. A projeção é alcançar a meta por meio da ampliação das redes e execução de elevatórias e de uma nova ETE, que contribuirá com a revitalização da bacia do arroio Burati. Mas toda esta etapa ainda está em fase de projeto.
Obras em Caxias
Caxias do Sul é a cidade mais avançada da região da Serra com cerca de 80% de rede coletora de esgoto. Segundo Gerson Panarotto, diretor-presidente do Samae interino, apesar do percentual expressivo de redes coletoras que levam os dejetos para a estação de tratamento, o que é tratado, de fato, representa 40% do esgoto da cidade.
"A meta, a longo prazo, é universalizar, mas no momento há verbas para isso. Agora vamos melhorar a eficiência. São obras espalhadas por toda a cidade com recursos próprios da autarquia", aponta Panarotto.
O Samae arrecada com a tarifa de água cerca de R$ 220 milhões ao para dividir com custeio dos serviços e investimentos em água e esgoto. Para a rede coletora, o órgão recebeu recursos federais e investiu mais de R$ 200 milhões nos últimos anos. Agora, o foco deve ser na ampliação das redes separadoras.
"Na construção de um prédio novo, por exemplo, já existem também parcerias público-privadas para isso", exemplifica.
Investimentos em novas estações de tratamento não estão previstos. Hoje, as cinco principais são a do Pinhal, Pena Branca, Tega, Samuara e Belo. O que está programado para 2017 é desativar a estação de tratamento de esgoto do Serrano para direcionar o esgoto a uma ETE mais nova, a do Cânyon. Conforme Panarotto, as obras devem começar no primeiro trimestre e devem ficar prontas para a metade do ano.