O reajuste do preço da gasolina em Caxias pesou mais para os consumidores do que para os postos, segundo pesquisas da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). O preço para os postos aumentou, em média, R$ 0,08, enquanto para o consumidor foram R$ 0,10.
Os levantamentos foram realizados na semana anterior e na semana seguinte ao reajuste anunciado pela Petrobras. Entre 27/11 e 3/12, os postos pagavam, em média, R$ 3,29 o litro da gasolina e vendiam a R$ 3,89. Isso representava R$ 0,60 de receita para cada litro vendido. Os novos preços do combustível entraram em vigor em 6/12.
Na pesquisa da semana entre 4/12 e 10/12, a ANP apontou que, em média, a receita dos postos passou para R$ 0,62 por litro de gasolina vendido. O preço médio de compra foi de R$ 3,37 e o de venda de R$ 3,99. Se for considerado um tanque de 50 litros, os dois centavos de incremento na receita representam R$ 1 a mais para os postos.
Enquanto o preço da gasolina aumenta, o etanol poderia se tornar uma alternativa aos donos de carro flex, mas o preço também tem aumentado. Entre a semana anterior e a semana seguinte ao aumento da gasolina, o custo médio do etanol para os postos subiu R$ 0,01. Para o consumidor, no entanto, a alta foi de R$ 0,14.
Entre 27/11 e 38/12 os postos pagaram em média R$ 3,18 por litro de etanol e venderam a R$ 3,74. Uma receita de R$ 0,56 por litro. Na semana seguinte, de 4/12 a 10/12, o custo das revendas passou para R$ 3,19, mas na bomba o preço saltou para R$ 3,88, gerando receita de R$ 0,69 as postos.
A receita, porém, não representa a margem de lucro dos postos já que há outros custos envolvidos na operação. Entre eles, que precisam ser considerados, segundo o presidente do Sindipetro, Luis Henrique Martiningui, estão custo de pessoal, aluguel de imóvel, operações com cartão de crédito e venda a prazo. Ainda segundo Martiningui, alguns postos absorvem aumentos menores nos custos e repassam para o consumidor quando há aumentos maiores.
Quanto ao etanol, os números podem apresentar discrepâncias, já que os estoques têm pouca movimentação, segundo Martiningui. Isso faz com que muitas vezes os postos comprem etanol a preços baixos e quando ocorre a renovação do estoque o valor já esteja muito maior.
O álcool só é vantajoso quando o preço na bomba é 30% menor que o da gasolina. Para calcular, é só dividir o preço do etanol pelo da gasolina. O resultado deve ser inferior a 0,7. Na semana passada, o Procon solicitou as notas fiscais dos postos e aguarda o prazo de 10 dias para começar a análise.
A Gaúcha Serra não comparou o preço do Diesel porque a ANP não divulgou a pesquisa da semana de 4/12 a 10/12.