A Polícia Civil tem fortes suspeitas de quem cometeu o duplo ataque a banco com explosivos na madrugada deste sábado em São Sepé. Conforme informantes e também por indícios reunidos no local do assalto, a quadrilha seria a mesma que fez reféns durante ataque a agência do Sicredi em Cerro Grande do Sul, na zona sul do Estado, em 8 de outubro deste ano.
Entre as pistas encontradas por peritos no local dos assaltos em São Sepé estão cápsulas de fuzis calibre 5.56 mm, de carabina calibre .30 (ambos capazes de perfurar carros blindados) e pistolas 9 mm. Todos esses armamentos também foram utilizados pela quadrilha que atuou em Cerro Grande do Sul.
– Eram pelo menos cinco bandidos aqui em São Sepé, número similar ao de Cerro Grande do Sul. Portavam o mesmo tipo de arma, usaram explosivos para detonar os terminais bancários e conhecem bem a região, porque atuam em toda a Região Central – descreve o delegado Joel Wagner, da Delegacia de Repressão a Roubos da Polícia Civil, especializada nesse tipo de crime.
Na madrugada do crime, dois PMs estavam de serviço em São Sepé e ficaram encurralados no quartel. E uma policial civil, de plantão, em casa. O tiroteio com os bandidos, porém, acabou protagonizado por dois irmãos policiais (um civil e um militar) que estavam de folga.
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O provável líder dos assaltantes é um foragido do sistema prisional, experiente em assaltos. A Brigada Militar faz buscas na região entre Caçapava do Sul e Bagé, onde residências são raras e áreas de mato são muitas. A quadrilha teria cometido ainda ataques com reféns em Barros Cassal (explosão de três terminais do Sicredi, no Natal de 2015) e em Santana da Boa Vista, em 23 de outubro passado (detonações, seguidas de tiroteio com PMs).
O delegado Wagner se deslocou de Porto Alegre para São Sepé ainda de madrugada, logo após o duplo assalto, ocorrido por volta de 1h. Os criminosos detonaram três terminais e o cofre do Sicredi. Já no Banco do Brasil foram mal-sucedidos: explodiram um terminal, mas não conseguiram levar o dinheiro, diz o delegado. A estimativa dos bancários locais é que os ladrões tenham levado em torno de R$ 100 mil, mas o valor preciso não foi revelado.
Os policiais civis de Porto Alegre se uniram aos delegados Sandro Meinertz e Firmino de Freitas Neto, de Santa Maria, que se deslocaram até São Sepé. Há quase dois meses o Estado não registrava explosões em terminais bancários. O último ataque com esse tipo de recurso aconteceu em Arroio dos Ratos, contra uma agência do Banco do Brasil, em 1 de novembro. Seriam bandidos que agem na Região Metropolitana. A semana passada também registrou outro assalto com reféns, na cidade de Planalto (Norte do Estado), mas sem uso de explosivos. A suspeita desse roubo recai sobre uma quadrilha que atua na Serra.
O diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil, delegado Sander Cajal, disponibiliza dois telefones para quem deseja dar pistas anônimas sobre os criminosos. São eles: 0800.510.2828 e (51) 8418.7814 (também no whatsApp e Telegram).