Uma série de rebeliões em presídios é registrada no Rio Grande do Sul desde a noite passada em função da paralisação dos servidores da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) por conta do pacote do governo Sartori, em votação na Assembleia Legislativa.
Pelo menos seis unidades prisionais têm registros de protestos de presos e até de familiares no entorno das unidades.
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A Susepe confirmou que bombeiros foram acionados nesta manhã para controlar incêndio no Presídio Estadual de Bagé, onde a situação é mais tensa. Segundo a Brigada Militar, houve confronto entre presos e policiais. Há feridos, mas não há confirmação sobre o estado de saúde dos detentos.
Em Charqueadas, familiares dos presos colocaram fogo em objetos nas proximidades do Complexo Prisional. O acesso ao local estava bloqueado até as 10h.
A superintendência confirmou ainda que no Presídio Regional de Pelotas os detentos estão rebelados dentro da unidade. Na parte externa, familiares queimaram lixo e trancaram a Avenida Cristóvão José dos Santos.
Em Encruzilhada do Sul, no Presídio Estadual, a Brigada Militar informou que presos colocaram fogos em colchões, sem confirmação de feridos.
Na terça-feira, a BM já havia sido chamada para controlar dois princípios de rebelião, em Uruguaiana e São Borja.
As rebeliões são motivadas pela irritação dos presos com a paralisação dos servidores da Susepe, decretada na segunda-feira, durante a votação do pacote contra crise na Assembleia Legislativa. A greve faz com que haja suspensão e atraso da visita de familiares a detentos.
Além destes casos, em Getúlio Vargas, no Norte do Estado, quatro detentos morreram durante incêndio em colchões no começo desta manhã. Outros 15 foram levados ao hospital com ferimentos. Também havia a informação de que o fogo começara por causa de uma rebelião, mas a Susepe apura se o incêndio foi ação de um único preso, que seria do regime semiaberto. Segundo a Susepe, os agentes penitenciários não estão paralisados na cidade.