A apreensão com o futuro tomou conta dos 1.199 funcionários que serão demitidos caso seja aprovada pela Assembleia a proposta do governador José Ivo Sartori de extinguir nove fundações, uma autarquia e uma companhia para a reforma estrutural do Estado. Nessa segunda-feira, servidores contrários a estas medidas protestaram em frente ao Palácio Piratini, no Centro da Capital.
Como boa parte dos que estão com seus postos de trabalho ameaçados, a agente administrativa da Fundação para Desenvolvimento Recursos Humanos (FDRH), Priscila Menna, 31 anos, sequer conseguiu dormir após saber que poderá começar 2017 sem emprego:
– Eu não nem sei o que dizer para minha família porque nós também não sabemos de nada. Não tem clima nenhum para trabalhar sabendo que seremos demitidos.
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Técnico em administração na FDRH, Pedro Oliveira, 30 anos, está no oitavo semestre de Direito e teme não conseguir concluir o curso caso seja demitido:
– Eu trabalho de durante o dia para estudar à noite. Deixei outros dois concursos para continuar na FDRH. Se eu for demitido, terei que trancar o curso – prevê ele, que está há seis anos na fundação.
Líder de uma comissão de funcionários da Fundação para Desenvolvimento Recursos Humanos (FDRH) que discute formas modernizá-la e enxugá-la para a estrutura não fechar as portas, o agente administrativo Job Osório, 52 anos, – há 37 anos na fundação – reclama que o grupo não foi recebido nenhuma vez pelo governo. O assunto vem sendo debatido desde junho. A partir de agora, o grupo vai intensificar o corpo a corpo com os deputados na tentativa de convencê-los a votar contra a aprovação do pacote.
– Ainda acredito que os deputados terão uma visão maior dessa situação e não irão aprovar. A sociedade também vai perder com isso _ afirma a administradora Simoni Zanetti, há três anos e meio na FDRH.
Fundada em 1972, a FDRH faz cursos de formação continuada na Escola de Governo, é responsável pela gestão de 7 mil estagiários e executa concursos públicos.
Pacote do Sartori
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Jeniffer Gularte
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