Pacientes que costumam retirar remédios gratuitos nas farmácias do município, em Caxias do Sul, estão sendo obrigados a tirar dinheiro do bolso, porque mais de 20 medicamentos estão em falta. Um cartaz colado em um mural lista 20 que não estão disponíveis para retirada, mas a reportagem do Pioneiro apurou que outros também esgotaram. Em nota, a prefeitura diz que houve atraso nos recursos para compra e que deve normalizar a situação até dezembro.
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A corretora Loiva Fernandes, 58 anos, saiu sem quatro dos remédios que buscava para o pai, o aposentado Euclides Nascimento Fernandes, 83. Um dos medicamentos, o alenia, custa cerca de R$ 90 para um mês, estima Loiva. O gasto com todos os que ela não encontrou deve ser em torno de R$ 260, estima.
– Só respondem para a gente ligar ou passar aqui outro dia – conta Loiva.
– Sei que é um direito, mas que a gente na verdade não tem – resigna-se o idoso.A aposentada Clari Terezinha Pinto Negri, 63, também saiu de mãos abanando na manhã desta terça. Ela planejava retirar amitriptilina, mas não encontrou. No mês passado, ela só conseguiu retirar gratuitamente para 15 dias.
– O remédio acaba amanhã (quarta-feira), vou tentar comprar na Farmácia Popular – disse a mulher.
O aposentado Livino Rutil Klin, 70, toma remédio contínuo e conta que teve orientação médica para fazer exames a cada mês, antes de receber nova receita para exames. Pela segundo mês consecutivo, ele fez os testes, recebeu a receita, mas não encontrou o medicamento.. Na manhã desta terça, ele estava acompanhado da mulher, Idilia Klin, 59.
– Vamos ter que comprar, mas é caro – lamenta a mulher.
Questionada pelo Pioneiro, a secretaria municipal da Saúde informou, por meio de nota, que houve atraso na liberação de recursos para compra de medicamentos e que o município já está em fase final para publicação das empresas vencedoras do novo processo licitatório. Ainda segundo a nota, o abastecimento deve ser normalizado até dezembro deste ano.
O comunicado também informa que alguns dos medicamentos em falta podem ser adquiridos na rede própria da Farmácia Popular, localizada na Rua Garibaldi, n° 543: diazepam comprimido 10mg, ácido valpróico suspensão oral 50mg/ml, carbamazepina comprimido 200mg, prednisona comprimido 5mg e 20mg, fluoxetina cápsula 20mg, amitriptilina comprimido 25mg, alendronato de sódio comprimido 70mg.
Além disso, o texto explica que os medicamentos clopidogrel e formoterol + budesonida (alenia) são fornecidos pelo Governo do Estado.
A secretaria estadual da Saúde não havia respondido à solicitação do Pioneiro até a publicação desta reportagem.
A lista de medicamentos em falta citados no cartaz afixado no local:
diazepam 10mg comprimidos
ácido valproico 50mg/ ml susp. oral
clorpromazina 40mg/ml sol. oral
ácido valproico 250mg comprimidos
carbamazepina 200mg comprimidos
óleo mineral
dinitrato de isossorbida 5mg comprimidos
prednisona 5mg comprimidos
prednisona 20mg comprimidos
risperidona 1mg/ ml sol. oral
fluoxetina 20mg cápsulas
levomepromazina 25mg comprimidos
doxazosina 2mg comprimidos
amitriptilina 25mg comprimidos
beclometasona 400mcg pó inal.
alendronato de sódio 70mg comprimidos
succinato de metoprolol 50mg comprimidos
espiramicina 500mg comprimidos
gatifloxaxino 0,3% + prednisolona 1% sol. oft.
formoterol 12mcg cáp. inal.
Além destes, a reportagem apurou que também estão em falta:
clopidogrel
espironolactona
alenia