A candidata do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, lançou um duro ataque ao diretor do FBI (polícia federal norte-americana), James Comey, um dia depois de este ter revelado que as autoridades policiais estavam examinando o conteúdo de mais um lote de mensagens de e-mail da candidata e de uma assessora próxima.
– É muito estranho colocar algo assim, com tão pouca informação, um pouco antes de uma eleição – disse Hillary Clinton em um comício neste sábado em Daytona Beach, na Flórida.
As eleições serão em 8 de novembro de 2016. O anúncio de Comey, feito na sexta-feira, abalou a campanha presidencial de Hillary Clinton, que vinha crescendo na preferência dos eleitores. Há dúvidas se a tendência em favor da candidata democrata vai se manter nas próximas pesquisas e se o Partido Democrata ainda tem ambição de conquistar a maioria nas duas casas do Congresso norte-americano, hoje nas mãos dos republicanos.
Leia mais:
Hillary avança 14 pontos percentuais sobre Trump
Avião de vice de Trump sai da pista em Nova York
Ao fazer o anúncio sobre os e-mails de Hillary, em carta enviada ao Congresso dos Estados Unidos, James Comey disse que as mensagens "parecem ser pertinentes" a uma investigação anterior, sobre o uso, por Hillary Clinton, de um servidor privado para enviar e receber informações classificadas como de uso restrito do governo. A investigação encerrou-se em julho de 2016 sem acusação formal contra Hillary.
Hillary Clinton acusou o candidato do Partido Republicano, Donald Trump, de estar aproveitando o anúncio do FBI para pedir também que as autoridades investiguem os conteúdos dos e-mails.
– Ele (Donald Trump) está fazendo o seu melhor para confundir, desencaminhar e desencorajar o povo americano – disse Hillary.
As mensagens que estão sendo examinadas pelo FBI foram descobertas em uma investigação, inicialmente sem nenhuma relação com Hillary Clinton, sobre o ex-deputado democrata Anthony Weiner. O parlamentar renunciou a seu mandato em junho de 2011, depois que foram divulgadas pela imprensa vários escândalos envolvendo a sua vida privada. A investigação do FBI está também envolvendo Hillary Clinton porque a principal assessora da candidata democrata, Huma Abedin, é ex-mulher de Anthony Weiner.
Segundo o FBI, os computadores pessoais de Huma, que antes eram compartilhados com seu ex-marido, continham mensagens oficiais do governo norte-americano referentes ao período em que Hillary foi secretária de Estado. Hillary foi secretária de Estado no período de 2009 a 2013.