O papa Francisco anunciou neste domingo que celebrará um consistório no qual serão criados 17 novos postos de cardeal, 13 dos quais para religiosos com menos de 80 anos, uma lista que inclui o arcebispo de Brasília, Dom Sérgio da Rocha.
Além de Dom Sérgio, que também é presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), serão nomeados cardeais o arcebispo de Madri, Carlos Osoro Sierra, o de Mérida, Venezuela, Baltazar Enrique Porras Cardozo, e o de Tlalnepantla, no México, Carlos Aguiar Retes, entre outros. Os cardeais com mais de 80 anos não podem participar dos conclaves para eleger um novo Papa.
– Com alegria, anuncio que sábado, 19 de novembro, na véspera do fechamento da Porta Santa da Misericórdia, realizarei um Consistório para nomear 13 novos cardeais, de cinco continentes – informou o papa Francisco.
– Sua proveniência, de 11 nações, expressa a universalidade da Igreja – acrescentou.
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Dos 13 novos cardeais eleitores, três são procedentes da Europa, três da América Latina, três dos Estados Unidos, dois da África e dois da Ásia. Uma das novas nomeações é a de Mario Zenari, que permanecerá como núncio apostólico da Síria.
O brasileiro Dom Sérgio da Rocha, de 56 anos, foi feito arcebispo de Brasília em 2011 por Bento XVI. Sacerdote desde 1984, completou seu doutorado em Teologia Moral na Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma. Foi ainda presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé, na CNBB, de 2011 a 2015, ano em que assumiu a presidência da organização.
Em entrevista à Rádio Vaticana no fim de setembro de 2015, durante um encontro com o episcopado de países lusófonos em Aparecida, refletiu sobre a incorporação e as implicações da "encíclica ecológica" do papa Francisco (Laudato si) na vida cotidiana. Propôs, em particular, como ligação entre "a problemática ecológica e a questão socioambiental", desenvolver os sistemas de saneamento básico para o conjunto da população.
– O ponto principal é o saneamento básico. Não apenas o diálogo com os governos locais para assegurar ao povo o direito que tem, mas o esforço da própria comunidade em cuidar do meio ambiente. Quando se fala do cuidado da Criação, não se pense apenas em ecossistemas distantes, mas, sim, em aonde se vive, na Casa Comum, o lugar onde se está – disse na ocasião.
Em fevereiro de 2015, o papa Francisco já havia criado 20 novos postos de cardeal, dando início a um processo de internacionalização da cúpula da Igreja, na qual os cardeais europeus continuam sendo maioria. Também serão nomeados outros quatro cardeais de mais de 80 anos.
No domingo, 20 de novembro, o papa celebrará missa com os novos cardeais, os arcebispos e bispos.
Com a escolha do arcebispo de Brasília, a igreja no Brasil passa a ter cinco cardeais eleitores: Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo (SP), Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (SP), João Braz de Aviz (Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica (Vaticano) e Orani João Tempesta (Rio de Janeiro).
Também são cardeais brasileiros Cláudio Hummes (SP), Paulo Evaristo Arns (SP), Aloísio Lorscheider (Fortaleza), José Freire Falcão (Brasília), Serafim Fernandes de Araújo (BH), Geraldo Majella Agnelo (Salvador) e Eusébio Oscar Scheid (RJ). Por terem mais de 80 anos, não participam de conclaves, mas podem ser eleitos.
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