O sistema carcerário do Rio Grande do Sul foi pauta de mais um Painel RBS, realizado nesta quinta-feira, nos estúdios da RBS TV, em Porto Alegre. Durante uma hora e meia de evento, foram discutidas possíveis soluções para a área, como a reforma do Presídio Central, a inauguração e operação da penitenciária de Canoas e mudanças necessárias no tratamento de Estado com os presos.
Participaram do debate o secretário de Segurança Pública, Cezar Schirmer, o juiz da Vara de Execuções Criminais (VEC) de Porto Alegre, Sidinei Brzuska, e o procurador de Justiça Gilmar Bortolotto. Os mediadores foram o jornalista Carlos Etchichury e o comentarista do Grupo RBS Cláudio Brito.
Na primeira parte do programa, o Presídio Central foi o centro das discussões. Ex-prefeito de Santa Maria, Schirmer chamou o local de "antessala do inferno", "depósito de detentos" e "masmorra criminal". O secretário de Segurança afirmou que sairia muito caro construir um novo, aos mesmos moldes, e disse que pretende fazer reformas em pavilhões e ir ocupando progressivamente novas galerias. No entanto, não deu prazo nem detalhes de como isso será feito.
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Brzuska sustentou que o Central não é um presídio destinado a condenados, como funciona atualmente, e sim para presos provisórios aguardando sentença. Bortolotto criticou a situação degradante do local.
Vista como solução imediata para o sistema carcerário, a penitenciária de Canoas foi tema da segunda parte do Painel RBS. Schirmer anunciou que pretende inaugurá-la no segundo semestre de 2017, mas ressaltou que, para isso, precisa solucionar pelo menos 14 problemas. Destes, seis são indispensáveis para o funcionamento da casa prisional, segundo o secretário.
De acordo com Schirmer, é preciso implantar um sistema de água e esgoto, instalar bloqueadores de celulares, unidades de saúde e iniciar um processo de contratação de novos servidores e aquisição de equipamentos, mobiliário e viaturas. Para isso, o secretário disse que precisa de R$ 10 milhões.
Também foram discutidas questões como maior envolvimento da comunidade para apontar soluções e ajudar o governo a melhorar o sistema prisional, a nova cadeia de Lajeado, que deve ser inaugurada em novembro deste ano, e um grupo de trabalho instituído pelo Estado, por decreto, para buscar melhorias na Segurança Pública.
*Zero Hora