A Região Central não terá trégua, afirmam meteorologistas. Choveu 133 milímetros entre o sábado e o final da tarde desta segunda-feira. Número considerado quase um empate com a média histórica de outubro, que é de 140 milímetros. A chuvarada deve seguir até a quinta-feira, quando perde intensidade.
Chuva alaga ruas e casas e há alerta em áreas de risco em Santa Maria
Chuva atrasa linhas de ônibus em Santa Maria
Entre esta terça-feira e a quarta, há uma perspectiva de, pelo menos, mais 100 milímetros. Porém, segundo especialistas, a precipitação pode ultrapassar os 300 milímetros no mês, ou seja, mais do que o dobro da média. De acordo com a Somar Meteorologia, os municípios da região receberão os maiores volumes de chuva do Estado até a sexta-feira.
– Estão se formando núcleos de tempestade no norte da Argentina. Há forte risco de alagamento e deslizamento de terra. Vai chover, no mínimo, mais 100 a 150 milímetros, concentrados entre a noite/madrugada e a quarta – alerta o meteorologista Gustavo Verardo, da Squitter Ambiental.
A chuvarada se intensificou na noite de domingo. A estação meteorológica do Grupo RBS Santa Maria, no bairro Patronato, registrou 96 milímetros de chuva entre a meia-noite e às 18h desta segunda-feira. Já as rajadas de vento chegaram a 67 km/h.
De acordo com Cladmir Nascimento, coordenador da Defesa Civil de Santa Maria, mais de 150 famílias foram atingidas pelo temporal. No entanto, nenhuma delas precisou ser colocada em abrigo. Os maiores estragos ocorreram devido aos alagamentos e perda de utensílios domésticos, roupas e móveis. Também houve registro de falta de energia para 100 clientes, em pontos isolados, segundo a AES Sul.
A situação apavora a doméstica Lúcia dos Santos, 45 anos. Ela nem foi trabalhar nesta segunda-feira, em função do temporal, quando uma sanga da Vila Ipiranga, no Passo das Tropas, transbordou, invadindo a casa onde mora com o marido e três filhos. Mas toda a rua sofreu com a enchente.
– A gente colocou tudo nas partes altas da casa, em cima do guarda-roupa. Agora é rezar e esperar que o próximo governo resolva, porque moro aqui há 14 anos e é sempre assim. Sempre que vem chuvarada isso alaga – reclama.